O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou "frouxas" as medidas apresentadas pelo Governo para combater a inflação.
"O que o Governo do PS apresentou são medidas frouxas, meias-medidas, onde estão também presentes muito engano e muito ilusionismo".
O secretário-geral do PCP defendeu que o país precisa de outras medidas, que passam pela recuperação para o domínio público dos instrumentos e setores estratégicos da economia nacional, que combatam a especulação e reponham o poder de compra.
"Isso o Governo não faz. Não faz porque o Governo não quer afrontar os grandes interesses económicos. O grande capital passa nestas medidas do Governo por entre os pingos da chuva sem se molhar, continuando alegremente a especular e a arrecadar milhões de lucros", disse.
Em causa está, adiantou, a necessidade de medidas de emergência a serem concretizadas desde já como "o aumento geral dos salários e das pensões numa percentagem que assegure a reposição e valorização do poder de compra dos trabalhadores e dos reformados, bem como o aumento intercalar do Salário Mínimo Nacional para 800 euros".
Jerónimo de Sousa considerou que "o surto inflacionista" e a "onda especulativa de preços dos bens essenciais" não encontra resposta por parte do Governo, defendendo que as medidas apresentadas de combate à inflação "passam ao lado do necessário combate que se impunha".
Na sua intervenção, o dirigente do PCP defendeu a valorização dos serviços públicos, mas também dos trabalhadores da administração pública.
"Vítimas desta política que submete os serviços públicos à ditadura do défice e do euro são igualmente os trabalhadores da administração pública que veem os seus salários e as suas carreiras desvalorizadas há anos e que o atual Governo do PS teima em prosseguir esse caminho de desvalorização quando afirma que as suas remunerações não podem acompanhar o valor da inflação".