"Entre 2015 e 2021, os salários estatutários dos professores do ensino secundário em Portugal aumentaram 3%, menos do que a média dos países da OCDE (6%)", lê-se no relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) "Education at a Glance 2022", divulgado hoje.

Apesar dos professores portugueses terem visto os seus ordenados aumentar, foi apenas metade tendo em conta o rendimento dos seus colegas dos outros países da OCDE. Os professores que dão aulas no ensino básico "ganham 33% mais do que outros trabalhadores com formação superior".

O estudo também revela que o número de aulas que os professores dão diminui à medida que o nível de educação aumenta. Assim, um professor no pré-escolar têm de dar 965 horas por ano e, nos ciclos seguintes, vai diminuindo cerca de cem horas. No ensino básico, os professores têm 869 horas de aulas por ano e a partir do 7.º ano são 667 horas.

Tal como nos restantes países da OCDE também em Portugal os salários dos diretores escolares são muito mais elevados do que os salários de outras profissionais com a mesma formação superior. "Isto é semelhante à maioria dos países da OCDE, onde os chefes escolares tendem a ganhar bem acima da média dos rendimentos dos trabalhadores com educação superior", lê-se no relatório.

Como é que Portugal é diferente dos outros países da OCDE?

Em relação ao tempo dedicado ao trabalho não letivo, no ensino secundário, os professores gastam 51% do seu tempo de trabalho com atividades não letivas, como preparar aulas ou corrigir testes, sendo que a média da OCDE é ainda maior, 56%.

Se nos outros países da OCDE os professores recebem mais tendo em conta o nível de ensino, com uma diferença média salarial superior a 10 mil euros, em Portugal isso não acontece. Os professores portugueses recebem de acordo com o anos de serviço, o que faz subir numa tabela de 10 escalões que é igual para todos, quer sejam professores do 1.º ano ou do secundário. Em Portugal, "os salários reais médios são de 53.441 euros no pré-escolar e de 51.500 no secundário".

Também "Portugal é um dos poucos países onde os salários médios reais dos professores continuam a ser superiores aos rendimentos dos trabalhadores com formação superior", devido ao envelhecimento da classe docente, explica o relatório relembrando que a "profissão docente em Portugal é experiente e envelhecida". 88%dos professores têm um mestrado ou uma qualificação superior, sendo que 45% tem mais de 50 anos, assim, faz com que grande parte dessa classe "esteja próxima do topo da sua carreira docente", conseguindo assim
"o melhores salários da sua carreira".

Aumento do salários dos professores portugueses foi metade do valor médio da OCDE