O jovem acusado de planear um ataque à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa admitiu em tribunal que era fascinado por homicídios em massa e que queria ficar conhecido por isso. João Carreira começou a ser julgado por dois crimes de terrorismo e um por detenção de arma proibida.
Em tribunal, João relatou como é que ia levar a cabo o plano pormenorizado para matar pelo menos três colegas.
“Primeiro ia levar as armas para a faculdade. Depois ia à casa de banho preparar-me e depois iria começar o ataque. Talvez fosse atirar cocktails molotov, disparar setas e esfaquear pessoas”.
Um ataque que, segundo o próprio e o plano que preparou em pormenor, não iria durar mais do que cinco minutos. Este seria o tempo que, segundo João, a polícia demoraria a chegar ao local do crime. O mesmo tempo que demora a polícia nos videojogos a responder a um incidente, explicou.
Fascinado desde 2018 por ataques a escolas, admite que tinha um objetivo: ser admirado na comunidade dos que se dizem fascinados por homicídios em massa.
“Queria matar três pessoas. É o número mínimo para ser considerado um assassinato em massa. Talvez quisesse, com isto, ter cinco minutos de fama”, revelou.
O advogado do jovem tem outra versão. Jorge Pracana defende que João “não teria sido capaz” de levar a cabo o plano que construiu, versão que pretende provar em tribunal. Contudo, o inspetor da PJ responsável pela detenção de João afirmou em tribunal que se lembra de ouvir o jovem desabafar que o ataque devia ter acontecido mais cedo.
João foi detido depois de ter exposto na internet que desejava matar estudantes na Universidade de Lisboa. Um internauta avisou o FBI, que alertou a PJ.
Ao tribunal cabe agora decidir se há ou não razões para acreditar que João seria capaz de matar.