O primeiro-ministro adiantou esta quarta-feira que faltam 162 quilómetros de infraestrutura para Portugal concluir a interconexão energética com Espanha e que, na perspetiva portuguesa, é indiferente por onde o país vizinho faz a ligação ao resto da Europa.
“Faltam-nos 162 quilómetros para chegar á fronteira. (…) A ligação de Espanha para o resto da Europa é indiferente por onde se faz. O fundamental é nós estarmos ligados a Espanha e eles ao resto da Europa”, declarou António Costa na Assembleia da República (AR), no debate preparatório do Conselho Europeu, que vai decorrer esta quinta-feira e sexta-feira.
O chefe do Governo respondia assim a questões colocadas pela oposição sobre o seu otimismo e convicção de que será alcançado um acordo sobre o projeto de gasoduto que permita ligar a Península Ibérica ao resto da Europa.
O PSD adianta que Sines e a tubagem que constitui os gasodutos “apenas tem capacidade para abastecer o país, nem para Espanha consegue”, Paulo Moniz.
André Ventura, do Chega, acusa António Costa de “acreditar” e de não responder aos problemas do país com soluções concretas.
O deputado da Iniciativa Liberal, Bernardo Blanco, lembra que o mecanismo ibérico para a energia não é recomendado, porque “aumenta o consumo de gás” e a Europa pretende reduzir a procura.
O foco do PCP está no aumento de salários, reformas e pensões, em vez de “manter os trabalhadores reféns de uma situação que não causaram”.
Por outro lado, do BE, Mariana Mortágua, considera que o IVA da energia à taxa máxima de 23% é “puro sadismo político”.
Já o PAN alerta que o Governo deve informar os portugueses que não vão conseguir aquecer as casas no inverno.
O Livre questiona o Governo “até quando Portugal vai continuar a esperar que seja a Comissão Europeia a modernizar o tratar da carta da energia”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, valorizou na terça-feira ainda o mecanismo ibérico que tem travado impactos maiores no preço da eletricidade. Disse que poderá mesmo ser uma opção para toda a União Europeia.