No primeiro dia de greve dos farmacêuticos, houve doentes oncológicos que não fizeram tratamentos de quimioterapia. Uma situação que o ministro da Saúde lamenta. Manuel Pizarro pede desculpa e oferece total solidariedade aos doentes. Recusa que esteja em causa o direito à greve, mas diz que, no seu entendimento, esse direito "não se pode sobrepor ao dever ético de tratar pessoas com uma doença grave".
O Sindicato Nacional dos Farmacêuticos responde com a definição dos serviços mínimos, que foram cumpridos, e garante que os adiamentos foram decididos com critérios clínicos e não pelos serviços farmacêuticos. Sublinha que foram recalendarizados os serviços não urgentes e de forma a não causar danos aos doentes.
A SIC sabe que foram 55 os doentes com tratamentos suspensos, um número que o IPO de Lisboa não quis confirmar.
Em comunicado, a administração garante que serão reagendados "em data próxima", mas desvaloriza a situação, dizendo que todos os dias há tratamentos adiados. O hospital garante ainda que nenhuma criança ficou sem tratamento.
Sobre as acusações do ministro, o sindicato vê como um insulto o apelo de Manuel Pizarro ao "compromisso ético" dos farmacêuticos do SNS. Lamenta a "demagogia política" e sublinha que a greve desagrada ao Governo pela "adesão massiva" (90% neste 2º dia). A força sindical reforça ainda que é a primeira greve destes profissionais em 30 anos e ataca a falta de abertura para negociar por parte do Governo.
Manuel Pizarro, em declarações à Lusa, tinha garantido que estava disponível para negociações, mas sublinhava as "escassas semanas" que passaram desde que tomou posse.
A greve repete-se nos dias 15 e 16 de novembro. Além de atualizações salariais e contagem do tempo de serviço para progressão na carreira, o sindicato pede o fim dos contratos precários e que o número de profissionais seja adequado às necessidades.