O novo secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro fez um adiantamento de 300 mil euros enquanto era autarca da Câmara de Caminha. Há dois anos, Miguel Alves negociou e assinou um contrato de promessa de arrendamento de um pavilhão multiusos, avaliado em 8 milhões de euros, que até ao momento ainda não se sabe onde vai ser construído.
As únicas explicações que existiram sobre este caso foram dadas pelo próprio Miguel Alves e são "explicações que convencem muito pouco", considera Bernardo Ferrão em análise no Primeiro Jornal da SIC.
O primeiro-ministro tem de ser coerente e não pode ter dois pesos e duas medidas, diz Ferrão, lembrando que Miguel Alves era arguido em mais dois processos anteriores e isso foi "escondido do país".
No entanto, o "primeiro-ministro sabia disso e mesmo assim chamou Miguel Alves para secretário de Estado Adjunto do seu gabinete".
Bernardo Ferrão afirma que este caso é "muito estranho" e "talvez fosse importante Miguel Alves encontrar uma explicação cabal". No lugar onde está "mantém todos os seus direitos, mas tem mais deveres e o dever é dar explicações de como está a ser usado o dinheiro dos portugueses".
"É preciso explicar aos portugueses porque é que aqueles 300 mil euros foram investidos numa obra que não existe."