Há vários anos que as inundações na capital são notícia. Os diferentes autarcas dizem que vão resolver o problema, mas a situação mantém-se sempre que a chuva é mais intensa.
O problema repete-se a cada ano. Em 2014, por exemplo, António Costa era o então presidente da Câmara de Lisboa e dizia que há culpas que não se podem atribuir.
"Eu creio que o São Pedro goza de um estatuto de imunidade que está isento de responsabilidades", dizia Costa há oito anos.
Mas as explicações para esta realidade são bem mais terrenas.
"Começámos a fazer uma coisa terrível que foi a construir nos leitos de cheia. A água não tem por onde sair. Com intensidades muito grandes a cidade não está preparada", explica José Silva Ferreira, coordenador do Plano Geral de Drenagem de Lisboa.
Depois de António Costa, seguiu-se Fernando Medina à frente da câmara de Lisboa e seguiram-se promessas de investimento para acabar com o problema das inundações na capital.
“Dentro de 3, 4 anos poderemos já ter os efeitos destes investimentos. O que está orçamentado é que nos primeiros 5 anos representem um investimento num período de 30 anos”, afirmava em julho de 2015.
Passaram sete anos desde estas palavras e agora, com outro autarca, Carlos Moedas.
Passadas poucas horas de mais inundações em Lisboa, a Câmara veio lembrar, nas redes sociais, que está em curso o plano para acabar com as cheias.
Em julho deste ano, Carlos Moedas dizia mesmo, que esta obra será o legado que vai deixar aos lisboetas. Hoje repetiu a promessa.
O Plano Geral de Drenagem de Lisboa prevê a construção de dois túneis para escoar a água, um entre Monsanto e Santa Apolónia e outro entre Chelas e o Beato.
“Nós estimamos ter resolvidos cerca de 80% dos problemas das inundações”, garante o coordenador do Plano Geral de Drenagem de Lisboa.
A fase de conclusão dos túneis para resolver o problema das cheias na cidade de Lisboa está prevista para o primeiro trimestre de 2025.