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Ordem dos Médicos chumba criação da especialidade de Medicina de Urgência

Portugal é um dos quatro países europeus sem esta especialidade.

Ordem dos Médicos chumba criação da especialidade de Medicina de Urgência
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A Assembleia de Representantes da Ordem dos Médicos chumbou esta segunda-feira a criação da nova especialidade de Medicina de Urgência, apoiada por antigos e atuais diretores de serviços de urgência, mas considerada inoportuna pelos médicos de Medicina Interna.

A maioria dos elementos de Medicina Interna e o presidente do Colégio de Pediatria votou contra. Quem votou a favor da proposta ainda pode recorrer a uma segunda votação e o Governo tem também a possibilidade de decretar a criação desta especialidade.

O debate e votação na Ordem dos Médicos foram feitos hoje, depois de 56 antigos e atuais diretores de serviços de urgência do país terem subscrito, na semana passada, um manifesto, por considerarem que o cargo é indispensável, numa altura em que as urgências têm estado sobrelotadas.

"Numa altura em que é bem claro para a classe médica, bem como para os cidadãos, a existência de enormes insuficiências na entrega de cuidados de urgência na nossa rede hospitalar, torna-se indispensável dar este passo real na prossecução da melhoria desses cuidados", refere o documento.

Contudo, para a presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), a criação da nova especialidade é considerada inoportuna.

Lélita Santos disse à agência Lusa que, "neste momento, não é oportuno [a criação da nova especialidade] e que há outras alterações e medidas estruturais que devem ser tomadas antes de se analisar a necessidade dessa especialidade".

"Para já, não concordamos e até nos opomos à criação da nova especialidade. Achamos que primeiro temos de organizar ou reorganizar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)", disse a médica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Em julho, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, defendeu a criação desta especialidade, mas ressalvou que não resolve os problemas que estão a ocorrer em algumas urgências de hospitais do SNS.

Portugal é um dos quatro países da Europa que não tem esta especialidade.