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Urgência Pediátrica do hospital de Setúbal reabre após uma semana fechada

Autarcas de Setúbal, Palmela e Sesimbra estiveram esta segunda-feira no Ministério da Saúde, ficou marcada uma reunião com o ministro da Saúde para 20 de dezembro.

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A Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo, que pertence ao Centro Hospitalar de Setúbal, reabriu esta segunda-feira às 09:00, depois de ter estado encerrada desde terça-feira por falta de médicos, informou fonte hospitalar.

À mesma hora em que reabriu a Urgência Pediátrica, os presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra, três municípios da área de influência do Centro Hospitalar de Setúbal, chegaram ao Ministério da Saúde na expectativa de serem recebidos pelo ministro Manuel Pizarro. Foram recebidos pelo adjunto e pela chefe de gabinete do ministro e a reunião com o governante foi marcada para as 19:00 de dia 20 de dezembro.

Autarcas querem reforço dos quadros de pessoal do hospital de Setúbal

À saída, o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, anunciou a marcação da audiência com o ministro da Saúde a 20 de dezembro para resolver "problemas que se arrastam há vários anos", que são "cíclicos, regulares e com cada vez mais frequência".

Não é com medidas pontuais, como a contratação de tarefeiros, que se resolvem estes problemas, salienta o autarca.

"O caminho a ser tomado é o de contratar pessoal para os quadros do hospital para que o hospital esteja em condições de dar resposta aos problemas que vão surgindo".

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Os presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra vão defender o "reforço dos quadros de pessoal" do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) na reunião com o ministro da Saúde.

Para o presidente da Câmara de Setúbal , "a solução prevista para dar resposta aos problemas do CHS -- contratação da prestação de serviços -- não é nenhuma solução".

"A contratação de médicos tarefeiros é uma medida que ajuda a resolver problemas, mas não é solução. Para nós, o que é importante é que se encontrem soluções. E essas soluções são medidas que garantam a contratação de pessoal de recursos humanos - médicos, enfermeiros, técnicos hospitalares - para os quadros de pessoal, para que o CHS tenha capacidade para dar resposta às necessidades", disse André Martins.

"Nós não nos podemos esquecer que só no concelho de Setúbal há mais de 50% dos cidadãos que não têm médico de família. E também não nos podemos esquecer que os centros de saúde no concelho de Setúbal não funcionam bem. E, quando há problemas, as pessoas dirigem-se às urgências dos hospitais", acrescentou o autarca.

Questionado sobre a expectativa para a reunião com o ministro da Saúde, André Martins disse que não é importante saber se os três autarcas partem mais ou menos otimistas para o encontro, mas "encontrar medidas que ajudem a resolver os problemas do CHS".

"A nossa expectativa é de que o senhor ministro nos diga que vão tomar medidas no sentido de ir de encontro a estas nossas preocupações, medidas que ajudem a resolver os problemas no imediato, mas que sejam também medidas que garantam o bom funcionamento e a capacidade de resposta dos serviços de saúde no futuro", disse André Martins.

O Hospital de São Bernardo, que integra o CHS, tem vindo a registar dificuldades em diversos serviços devido à falta de médicos, designadamente nas urgências de Pediatria, Ortopedia e de Obstetrícia e Ginecologia.

Na terça-feira da semana passada, a unidade de Urgência Pediátrica do CHS acabou mesmo por ser encerrada durante uma semana, só reabrindo hoje de manhã.

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Também na sexta-feira, a Câmara Municipal de Setúbal reuniu-se com o Conselho de Administração do CHS, na sequência de sucessivos problemas no Hospital de São Bernardo devido à falta de médicos, que têm levado ao encerramento temporário de vários serviços, designadamente da pediatria, obstetrícia e ortopedia.

Na conferência de imprensa, os autarcas dos municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra, consideraram que a contratação de mais médicos tarefeiros pelo Centro Hospitalar de Setúbal "não é caminho".

"Sem conseguir manter equipas médicas permanentes, bem tratadas, motivadas e com condições de trabalho, dificilmente estes assuntos serão resolvidos e debelados", disse o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro.

No mesmo mesmo dia, em Bruxelas, o ministro da Saúde disse estar “disponível para se reunir com os presidentes das câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra para discutir os problemas das urgências”.