Um estudo do Instituto Português de Administração de Marketing do Porto (IPAM) indica que os portugueses vão gastar menos neste Natal. Um quarto diz mesmo que não irá comprar prendas, devido ao aumento do custo de vida.
O comércio de produtos de luxo é um segmento imune ao aumento do custo de vida. No Fórum Algarve, Paulo Miranda, joalheiro, revela que as fábricas de relógios de luxo não conseguem dar resposta às muitas encomendas que têm surgido.
Em contraste, a grande maioria dos portugueses tem este ano mais cautela na hora de fazer as compras natalícias.
“Temos de pensar no futuro porque as coisas estão muito caras e temos de pôr todos os dias comida na mesa”, reconhece Hermínia Conceição, uma cliente que afina os últimos pormenores para o Natal. Acrescenta também que nesta quadra festiva cortou, relativamente aos anos passados, “entre 200 e 300 euros”.
A abordagem poupada às compras de Natal é partilhada por 42% dos inquiridos pelo Instituto Português de Administração de Marketing no Porto, que estima uma média de 377 euros nos gastos natalícios, menos cinco por cento do que em 2021.
A inflação e a subida das taxas de juro dos créditos à habitação levam a que um em cada quatro portugueses não tenha intenções de comprar qualquer presente.
Quem o decide fazer opta por dar bens mais económicos e a menos pessoas.
Centro comercial regista vendas acima de 2019
O volume total de vendas do Fórum Algarve está acima do período anterior à pandemia, mas em boa parte devido à subida de preços.
“É um ano muito particular e não podemos deixar de pensar e sentir o reflexo que a inflação está a ter no poder de compra dos portugueses, mas pensamos acima de tudo que os clientes têm tomado uma posição, não de comprar menos, mas sim de comprar com mais consciência”, conta Sérgio Santos, diretor da superfície comercial.