Os portugueses não estão satisfeitos com as medidas tomadas pelo Governo para combater a inflação. É a conclusão de uma sondagem do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso, que também dá avaliação negativa ao desempenho em geral do Executivo liderado por António Costa
É a segunda sondagem consecutiva do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso a dar nota negativa à atuação do Governo. Já tinha acontecido no estudo de opinião de setembro. Agora, os portugueses reincidem na avaliação:
Mais de metade dos inquiridos consideram o desempenho do Governo mau ou mesmo muito mau, contra 41% que ainda assim o avaliam com bom ou mesmo muito bom.
Mas quando o que está em causa são as medidas tomadas pelo Executivo para combater a taxa histórica de inflação são bastante mais as críticas do que os aplausos.
Se é verdade que para 40% dos inquiridos essas medidas não são boas nem más, para 43% elas são francamente insuficientes. Apenas 13% as avaliam de forma positiva.
O descontentamento com a forma como o Governo está a enfrentar a crise não chega, porém, para beliscar as intenções de voto no PS.
Se as legislativas fossem hoje…
Se as legislativas fossem hoje, os socialistas mantinham os 37% que já tinham registado em setembro, continuando a uma confortável distância de 8 pontos do PSD. Os sociais-democratas, ainda assim, sobem 1 ponto percentual. O suficiente para, somados ao Chega e ao Iniciativa Liberal, numa hipotética coligação de direita, ultrapassarem o PS. O que talvez fosse perspetiva bastante para ressuscitar a geringonça: a verdade é que PS, CDU e BE, juntos, têm quase 50% dos votos.
O estudo de opinião terminou no dia em que saiu a polémica entrevista de António Costa à Visão, que tantas críticas suscitou, mesmo entre os socialistas.
Popularidade
No que respeita a popularidade, a do primeiro-ministro sai intocada desta sondagem.
Logo a seguir a Marcelo Rebelo de Sousa, líder destacado e de sempre no quadro da avaliação dos protagonistas políticos, Costa continua a recolher nota positiva: 5,4 numa escala de 0 a 10. É o único dos líderes partidários nessa condição. É seguido, a alguma distância, por Luís Montenegro, com 4,5. Paulo Raimundo, que aparece pela primeira vez no estudo de opinião enquanto novo secretário-geral do PCP, não vai além dos 3,6%.
Este estudo de opinião foi coordenado pelo ICS e pelo ISCTE, sendo o trabalho de campo realizado pela GfK Metris entre os dias 3 e 15 de dezembro.
Foram validadas 809 entrevistas. A margem de erro é de 3,5% para um nível de confiança de 95%.