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Entrevista SIC Notícias

Carla Castro: "Queremos chegar a terceira força política"

A SIC Notícias realizou entrevistas aos candidatos à liderança da Iniciativa Liberal. Carla Castro considera ter um “perfil unificador” para “unir os liberais”. Admite que um acordo com o PSD possa ser uma “linha azul”, mas com o Chega não haverá qualquer ligação.

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Depois da saída de João Cotrim de Figueiredo, a Iniciativa Liberal (IL) vai a eleições. Carla Castro encabeça uma das três listas candidatas. Afirma estar “claramente preparada” para assumir-se como alternativa ao Governo e afirma que é preciso “unir os liberais” para fazer crescer o partido.

“Quem não tem estado preparado para o país tem sido o Governo e é contra isso que nós estamos a lutar. Esta moção de censura é sobre isto”, afirma em entrevista à SIC Notícias. “O PS não está a governar e é preciso alternativa.”

Destaca que a lista que representa tem uma “componente reformista” com o objetivo de fazer o partido crescer. E traça um objetivo ambicioso: “Chegar a terceira força política”.

“Não podemos deixar o país com o elevador social estragado, não podemos deixar de lado um forte investimento na educação, na igualdade de oportunidades, na saúde, mas também em mercados livres que passam por boa regulação. A justiça é injusta de tão lenta, há problemas de corrupção”, afirma.

Sobre a possibilidade de fazer acordos governativos com outros partidos, Carla Castro sublinha quais as “linhas vermelhas” e “linhas azuis”: admite que a possibilidade de se juntar ao PSD já foi abordada, mas afasta-se completamente das políticas do Chega.

“Rejeito profundamente uma colagem [ao Chega]”, responde Carla Castro. “Tudo o que seja perto de populismo ou popularucho… Isso já existe na política portuguesa, não é o enquadramento da IL”, acrescenta.

“No dia seguinte vamos estar todos a trabalhar em conjunto”

Carla Castro é apresentada como a lista de rotura com a atual comissão executiva. No entanto, sublinha que uma derrota nas eleições internas não irá fazê-la deixar de colaborar com o partido. Sublinha que fez – e faz – “parte há três anos de uma história de sucesso”.

“O João [Cotrim de Figueiredo], quando se demitiu, disse que era preciso uma nova estratégia. O diagnóstico está correto, o que está em cima da mesa são alternativas de como implementar esta estratégia”, afirma.

Quando questionada se a nova estratégia incluirá também uma mudança da liderança da bancada parlamentar – estando Rodrigo Saraiva atualmente no cargo –, Carla Castro considera que a escolha deve ser feita pelos deputados. Por isso, se for eleita, irá convocar um sufrágio no grupo parlamentar.

“É um orgulho poder ter uma bancada parlamentar onde há vários deputados com qualidade para ser líder parlamentar. Isto é sinal da qualidade dos nossos deputados. Em relação ao líder em concreto, isso é uma decisão que devo devolver aos próprios deputados. Não sou da opinião que um presidente deva nomear ou designar um líder parlamentar, mas sim que ele deve ser eleito pelos deputados e é isso que decorrerá.”

Carla Castro considera ter um “perfil unificador”, e que esse será o seu “esforço” para “unir os liberais” – uma tarefa que considera importante. Defende ainda que o partido tem de “ser mais energético” para chegar a um eleitorado mais vasto.

“A IL é muito mais do que um partido do Twitter, do IRS, não é um partido monotemático, é rico e diverso no seu programa”, afirma. “A comunicação da IL tem tido sobretudo um ADN importante de irreverência e de humor, mas neste momento precisamos de mais. Precisamos de estar em mais meios de comunicação social, mais prementes a marcar a agenda política.”

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