Sabe-se agora que Jamila Madeira acumulou as funções de deputada do PS com uma atividade de profissional na REN Serviços desde 2015 e não apenas desde 2022, como anteriormente noticiado. José Gomes Ferreira diz que este caso “é mais um embaraço” para o PS e para a Assembleia da República.
“É evidente que todos os deputados têm direito a ter uma profissão antes de irem para a política, mas a regra é que quando vão para deputados suspendem as suas funções na empresa e, por isso, não são remunerados, obviamente”, explica.
José Gomes Ferreira questiona “como é possível” o Parlamento ter uma deputada que é assessora de uma empresa como a REN Serviços, cujo enquadramento dos negócios “é feito no Parlamento”.
“Como é que é feito o negócio da REN Serviços: cobrar rendas, garantidas por lei, da passagem da eletricidade e do gás por estruturas de eletricidade e gasodutos. As leis que enquadram essas cobranças são feitas no Parlamento e Jamila Madeira esteve no Parlamento este tempo todo”, revela.
José Gomes Ferreira afirma ainda que o parecer da Comissão da Transparência e Estatuto dos Deputados só foi conhecido nos últimos dias, apesar de já ter sido pedido em julho do ano passado, “porque rebentaram os casos todos agora”.
“Há um escrutínio na opinião pública muito mais apurado e ficaram todos com medo. A escandaleira é igual. O nosso sistema político-partidário-parlamentar tem que ser revisto. Tem que haver uma limpeza”, conclui.