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Milhares de professores manifestam-se em Lisboa em defesa da escola pública

Manifestação convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), mas conta com professores não sindicalizados e outros profissionais do setor.

Milhares de professores manifestam-se em Lisboa em defesa da escola pública
ANTONIO COTRIM

Milhares de professores de todo o país estão este sábado concentrados em Lisboa, numa manifestação em defesa da escola pública e contra as propostas de alteração dos concursos. Segundo números da polícia, mais de 20 mil pessoas iniciaram pouco depois das 15:00 de hoje uma marcha da Praça do Marquês de Pombal para a Praça do Comércio, em Lisboa. O coordenador nacional do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), André Pestana, fala em mais de 100 mil pessoas.

A manifestação é convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), mas conta com centenas de professores não sindicalizados. Os docentes estiveram concentrados no Marquês de Pombal e seguiram depois para a Praça do Comércio, no centro da capital.

Ao som de tambores e de buzinas, os professores levantaram lenços brancos para dizer "adeus ao senhor ministro" e exibem cartazes a pedir dignidade pela profissão, pela escola pública e pelo acesso ao topo das carreiras.

Sindicato STOP diz que João Costa não quer negociar

O coordenador nacional do STOP, André Pestana, diz que a luta dos professores é pela defesa da escola pública e reúne também pessoal não docente, todos na exigência de uma "escola pública de qualidade e de excelência".

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Para o sindicalista, esta contestação - que deverá aumentar na próxima semana, depois de declarações do ministro da Educação, João Costa, na sexta-feira, manifestando-se preocupado com a desproporcionalidade da greve convocada pelo STOP e admitindo a possibilidade de recorrer a serviços mínimos - é também "uma luta pelos alunos".

"Ministro, escuta, a escola está em luta", "não à municipalização" e "unidos pela educação" são algumas das palavras de ordem dos milhares de participantes no protesto.

A manifestação deste sábado é a segunda na capital no período de um mês, tendo a primeira reunido mais de 20 mil professores, segundo estimativas do sindicato.

Professores de Norte a Sul em Lisboa

Do Algarve partiram cerca de mil professores para participar no protesto desta tarde em Lisboa. Exigem que sejam resolvidos todos problemas acumulados nas escolas na última década.

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Do Porto, foram cerca de 500 os docentes que se concentraram durante esta manhã, na Alameda das Antas. Divididos por 10 autocarros, partiram em direção a Lisboa para defender a escola pública e protestar contra, por exemplo, as alterações aos concursos.

Juntam-se aos milhares de professores que se deslocaram da região norte, de cidades como Vila Nova de Gaia, Famalicão, Guimarães e Maia.

O mesmo descontentamento se sentiu em Coimbra. Centenas de professores em seis autocarros continuam um protesto que dura há semanas.

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Nas redes sociais, vários profissionais de educação alegaram operações STOP em vários pontos do país, como na A3 em Braga ou no IP3, em Viseu, para dificultar a deslocação dos docentes.

Em comunicado, a GNR refere que "executou durante toda a manhã a sua atividade diária no âmbito da fiscalização rodoviária e poderão ter sido aleatoriamente fiscalizados veículos pesados de passageiros, tais como vários outros veículos".

A Guarda Nacional Republicana salienta, contudo, que "não correspondem à verdade as alegações de que estas operações visam as deslocações de professores e que é pretensão dificultar este movimento, atendendo a que as fiscalizações são completamente aleatórias".