O Ministério da Saúde vai aumentar ordenados e oferecer alojamento a jovens médicos que façam a especialidade partilhada entre hospitais centrais e de zonas com menos densidade populacional. É um modelo que pretende resolver a falta de especialistas e a dificuldade dos hospitais mais pequenos em dar formação.
Para resolver a crise de especialistas em hospitais de zonas onde há menos população o Ministério da Saúde quer aliciar os jovens médicos que iniciam a especialidade em janeiro de 2024.
"Nós estamos a trabalhar com a Ordem dos Médicos para criar um regime de formação partilhada em que os médicos possam começar mais jovens neste hospitais e fazer a sua formação, parte nestes hospitais e parte noutros hospitais de maior diferenciação em zonas do litoral", revelou Manuel Pizarro, ministro da Saúde.
O modelo inclui sete unidades hospitalares localizadas, sobretudo, no interior do país e há ainda uma lista de oito especialidades a ser debatida com a Ordem dos Médicos.
Este programa prevê um aumento salarial e alojamento gratuito para os jovens que aceitem este registo.
“A dificuldade destes hospitais é que, em muitos casos, já não têm profissionais suficientes para terem idoneidade formativa. Nas especialidade onde há idoneidade formativa estes hospitais mantêm capacidade de atração de jovens especialistas”, acrescentou o ministro.
Hospitais com falta de camas
Após um encontro informal com jornalista Manuel Pizarro admitiu também que existem vários hospitais com falta de camas e que é prioritário ampliar a rede, contudo, em primeiro lugar é essencial analisar o problema.
“Estamos a trabalhar para encomendar a uma instituição credível um estudo sobre a rede hospitalar que desejaríamos ter em 2030 que permita dar coerência ao conjunto de decisões que temos tomado”, informou.
Relativamente à situação das urgências o ministro da Saúde afirmou que poderá vir a implementar-se um modelo de equipas dedicadas com incentivos associados, à semelhança do que já acontece no Hospital de São João, no Porto.