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"O primeiro-ministro é que é responsável pelas escolhas dos seus ministros"

Opinião

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Bernardo Ferrão analisa as polémicas no Governo nas últimas semanas, o novo mecanismo de escrutínio e o arranque da Entidade para a Transparência.

Bernardo Ferrão analisa a atualidade política após largas semanas de polémica com ministros, secretários de estado e autarcas a serem investigados. Neste contexto, o novo mecanismo de escrutínio foi aprovado pelo Conselho de Ministro e a Entidade para a Transparência teve a sua composição aprovada pelo Tribunal Constitucional.

António Costa Silva, ministro da Economia, lamentou esta terça-feira a “cultura de suspeição” de hoje em dia, quando questionado sobre os casos de investigação que dizem respeito aos ministros, lembrando que ainda não foram apurados pela justiça.

Mas Bernardo Ferrão diz ser também uma questão de ética.

“Discordo com Costa Silva quando diz que é preciso esperar pela decisão dos tribunais. Não é apenas a questão da justiça, mas de comportamentos que podem ser altamente reprováveis do ponto de vista da ética. E temos visto e muito esse tipo de comportamentos”.

Da mesma forma, Bernardo Ferrão realça que o tempo político é diferente do da Justiça e que “todos estes casos mostram que a questão da gestão política deixa muito a desejar.”.

"O caso de Jamila foi mal gerido por ela e permite-nos perguntar quantos deputados estão no parlamento a participar em votações, quer por ação, quer por omissão, em favor ou desfavor de determinada situação", refere.

De acordo com as controvérsias dos últimos tempos, Bernardo Ferrão considera que o"clima de impunidade não é absolutamente saudável".

"O Presidente da República tem razão: ninguém é obrigado a ser político, mas é bom que na sociedade existam políticos para fazer funcionar a democracia e é bom que os políticos tenham noção do cargo que ocupam", defende.

Em relação ao mecanismo de escrutínio, o jornalista da SIC considera que faz sentido que o mecanismo de escrutínio seja aplicado a atuais governantes, pois “não vamos ter um governo de primeira e um governo de segunda”.

"O primeiro-ministro é que é responsável pelas escolhas dos seus ministros, não pode atirar a bola para todo o lado tentando afastar a sua responsabilidade", lembra.

No que diz respeito à aprovação do Tribunal Constitucional da composição da Entidade para a Transparência, Bernardo Ferrão acredita que existirá “alguma mudança”, tendo em conta que o “escrutínio é maior”. Quando questionado se será diferente com a nova presidência da entidade de transparência e o questionário

A entidade da transparência está há três anos para funcionar, algo que considera ser “uma vergonha”. funcionar.

Já foi anunciado que a Entidade para a Transparência inicia os seus trabalhos em fevereiro, mas, de acordo com Bernardo “vai-se sempre adiando.”.