Os moradores das zonas do Fluvial e do Campo Alegre, no Porto, estão revoltados com o consumo e tráfico de droga à porta de casa. Dizem que o problema ficou ainda mais grave depois da demolição do bairro do Aleixo e avisam que está em causa a segurança e a saúde pública. Os assaltos têm-se multiplicado.
As fotografias e vídeos captados a várias horas do dia mostram um flagelo a céu aberto.
Desde a demolição das torres do Aleixo, explodiu um mercado de droga que trouxe maior insegurança aos moradores.
"O carro da minha mulher foi assaltado quatro vezes. Desta última vez a companhia de seguros demorou um bocadinho mais a dar seguimento à situação. O vídeo estava com um plástico e, num domingo de manhã, quando acedo ao carro está uma rapariga a dormir dentro do carro", conta Bernardo Mesquita, um morador, à SIC.
Rita Fortes acrescenta que "não interessa horas", os carros são assaltados mesmo "sem nada nos carros":
"Já sabemos qua vamos ser assaltados. É uma questão de sorte".
"O meu carro foi assaltado três vezes no espaço de dois meses. Temos casas a serem assaltadas, consumos à porta de casa, seringas", diz Mafalda Teixeira Bastos, moradora.
Miguel Fontes, morador, diz que as crianças já "têm medo de sair dos carros" se chegam a casa mais tarde.
As autoridades
No início de janeiro, a Polícia Municipal do Porto procedeu ao desmantelamento e limpeza de um acampamento ilegal na zona da Pasteleira, associado ao consumo de droga, mas os toxicodependentes encontraram logo outro sítio para ficar.
A posição da Câmara do Porto é já conhecida. Rui Moreira defende a criminalização do consumo de droga na via pública e aponta falha ao Estado.
Os moradores pedem intervenção concertada para acabar com o que chamam de inferno diário de insegurança e atentado à saúde pública.