Dinheiro vivo, automóveis e até eletrodomésticos estão na lista de contrapartidas que três responsáveis do Ministério da Defesa, alegadamente, receberam no esquema que levou à operação Tempestade Perfeita.
Em causa estão quase 20 contratos que permitiram aos empresários sob suspeita faturarem cerca de 4.2 milhões de euros. Já os ex-responsáveis do Ministério da Defesa, diz o Observador, terão recebido cerca de 546 mil euros em alegadas contrapartidas.
Um dos negócios sob suspeita é o de remodelação do hospital militar de Belém, na altura da pandemia, que veio a custar três vezes mais do que estava previsto.
Despesas foram autorizadas por Alberto Coelho
As despesas foram autorizadas por Alberto Coelho, diretor-geral de recurso da Defesa Nacional à época, pessoa que, pelo valor dos contratos, não teria competência para dar esse aval, de acordo com o Ministério Público, citado pelo Observador.
As autoridades acreditam que o antigo diretor e outros dois altos cargos do Ministério da Defesa, Paulo Branco e Francisco Marques, tinham um acordo com os empresários Manuel Sousa, André Barros e Paulo Machado.
Do que as autoridades conseguiram apurar, Alberto Coelho é suspeito de ter recebido dois automóveis pago pelos três empreiteiros.
O processo Tempestade Perfeita, que envolve 19 arguidos, levou a seis detenções em dezembro do ano passado. Atualmente todos os arguidos estão em liberdade.