Os opositores de André Ventura e os militantes mais radicais foram excluídos das listas de delegados que estiveram na 5.ª convenção do partido. O objetivo era mostrar um Chega mais maduro, unido e democrático e controlar as intervenções políticas. Mesmo assim, apareceram discursos misóginos e homofóbicos.
“Aconselhamos Inês Sousa Real a não ter tão vegan, porque não lhe faz bem”, afirmou João Tilly, conselheiro número um do Chega, prosseguindo com gestos insultuosos referentes ao peso da líder do PAN.
Seguiu-se Marcus Santos, dirigente do Chega do Porto, afirmando que se o partido “fosse homofóbico, vocês [comunicação social] não estariam aqui”, afirmou entre risos.
Os sinais permanecem e mesmo André Ventura voltou às polémicas originais, enquanto prometia formar Governo com o PSD sem linhas vermelhas.
“Podem fazê-las vermelhas, roxas, lilases, até podem fazer da cor LGBTQIA mais qualquer coisa”, disse André Ventura entre risos. “Este é o momento que os assessores dizem para parar, mas vou continuar”, brincou.
A convenção contou com convidados especiais: vários dirigentes de partidos da extrema-direita europeia, entre os quais Jordan Bardella, que sucedeu a Marine Le Pen como líder do partido francês Rassemblement National.
Todos, tal como Chega, anti-imigração, anti-minorias e saudosos de um passado nacional glorioso.