A Freguesia de Arroios tem a maior concentração de moradores por metro quadrado da cidade de Lisboa e os residentes queixam-se de falta de condições, como o risco de novos incêndios.
Nesta freguesia há pequenos apartamentos onde vivem mais de duas dezenas de pessoas, conforme testemunharam os repórteres da SIC.
Um destes casos de concentração é o de Kussume do Bangladesh que ficou desempregada, não consegue arranjar emprego e vive agora da caridade, tal como grande parte da comunidade do Bangladesh residente em Arroios.
Em Arroios não se alugam casas, nem apartamentos, apenas camas e cada uma custa muito caro para as condições que oferece, sendo que o espaço tem seis metros quadrados.
Há até quartos que custam um salário mínimo nacional.
Rayhan, 25 anos, empregado num restaurante, chegou ao prédio na semana passada e já quer sair.
Na pequena freguesia de Arroios, com pouco mais de dois quilómetros quadrados, a mais populosa do país, residem cerca de 30 mil pessoas de 80 nacionalidades.
O desemprego e o tráfico de droga são os maiores problemas.
Pouca fiscalização é arriscado
O incêndio que deflagrou na noite de sábado num prédio em Lisboa provocou pelo menos 20 desalojados, segundo as primeiras informações da proteção civil municipal.
O deputado municipal do CDS considera urgente fiscalizar os alojamentos locais, nomeadamente aquele onde morreram duas pessoas na noite de sábado devido a um incêndio.
O deputado municipal Francisco Camacho diz que o alojamento local não deve ser demonizado, porque pode ser uma forma de reabilitar as cidades, mas que o mau alojamento desumaniza e põe em risco quem lá vive.