Mais de 20.000 imigrantes residem na freguesia de Arroios, em Lisboa, de forma irregular. Muitos estão desempregados e encontram-se ilegais no país. A reportagem da SIC descobriu alojamentos clandestinos, casas sobrelotadas e uma rede criminosa que vende o acesso aos atestados de residência a quem chega a Portugal.
A SIC testemunhou um esquema de corrupção a céu aberto, em Arroios. Uma interveniente cobra 20 a 100 euros por pessoa em troca de um acesso mais fácil a um atestado de residência, um dos documentos que pode mais tarde ajudar a abrir a porta a uma autorização para viver em Portugal.
“É um esquema muito organizado, mas todos têm conhecimento disso. Pode-se considerar uma máfia organizada e não podemos permitir que isto aconteça, estão a explorar as pessoas que têm necessidade de obter um documento para resolver a sua vida e alguém está a aproveitar-se dessa situação”, entende a presidente da Junta de Freguesia de Arroios, Madalena Natividade.
Arroios é a freguesia mais multicultural do país, com 80 nacionalidades, e a maior concentração de moradores por metro quadrado. Em Arroios vivem 53.000 pessoas numa área de dois quilómetros, mas 20.000 encontram-se em situação irregular.
Nas ruas não faltam anúncios de colchões para arrendar desde 160 euros por mês, num quarto com vários moradores sem limpeza e por vezes até com pulgas.
Os riscos de novos incêndios, como o da Mouraria, preocupam a freguesia.