Cultivar uma relação saudável é um trabalho diário e um dos pontos essenciais é a comunicação.
A Ordem dos Psicólogos Portugueses, no Dia dos Namorados, alerta que os "casais saudáveis conversam no mínimo cinco horas por semana". E acrescenta que este investimento na relação contribui para a "saúde física e psicológica, felicidade e bem-estar".
Se a comunicação numa relação é essencial, a Ordem dos Psicólogos ressalva que é "importante dizer claramente o que pensa e sente, o que quer e precisa".
"Não espere que o outro adivinhe ou faça leitura da mente."
Para além dos temas normais do dia a dia - como os filhos ou as tarefas domésticas - estas conversas devem incluir outros temas: "Ouvir é aqui uma palavra de destaque", diz a Ordem dos Psicólogos.
Porém, há outros aspetos que a correria dos dias não pode deixar descurar, como "elogiar, agradecer e pedir desculpa", "manter a relação interessante e cultivar interesses comuns", “cuidar de si próprios” ou ter "tempo para a intimidade", recorda a Ordem.
Relações saudáveis, relações não saudáveis e relações abusivas e violentas
As diferenças entre relações saudáveis e relações não saudáveis, aparentemente, podem parecer óbvias, mas é importante saber reconhecê-las.
A "confiança e apoio mútuos", o "respeito e a honestidade", a "boa vontade para negociar e resolver conflitos", "momentos de intimidade frequentes", "outras relações com amigos e familiares" e "prazer em passar tempo juntos" são características de uma relação saudável.
É verdade que "nenhuma relação está livre de problemas", mas "não deve esperar até que mostre sinais de rutura para a tentar melhorar".
"Os altos e baixos são inevitáveis e ultrapassá-los pode ser um desafio. É importante não ignorar os problemas, mas enfrentá-los como uma equipa."
No momento de resolver conflitos, a Ordem dos Psicólogos recomenda "escolher a altura certa": "Às vezes é preferível acalmarem-se primeiro. Procurar saber como o outro se sente. Ouvir o ponto de vista e ceder em determinados pontos". Outro questão é "discutir um assunto de cada vez e não ir buscar conflitos antigos".
E o que não deve fazer? "Criticar, mostrar desprezo, rolar os olhos, agir defensivamente, chamar nomes ou desligar da conversa".
No entanto, "se está constantemente a discutir os mesmos assuntos sem chegar a uma conclusão ou se sente infeliz com a sua relação", a ordem alerta que um "psicólogo pode ajudar" nestas situações.
Mas se há sinais a que deve estar atento, segundo a Ordem dos Psicólogos, são estes:
- Tentam controlá-lo (por exemplo, dizem-lhe o que pode ou não vestir, impendem-no de sair, tiram-lhe o seu dinheiro ou as chaves do carro e pedem justificações sobre o que faz ou onde vai);
- Tentam fazê-lo sentir-se mal, inútil, sem valor;
- Criticam os seus amigos e são possessivos e ciumentos;
- Tem medo do temperamento e do humor do/a parceiro/a;
- Gritam-lhe, empurram-no, batem-lhe, dão murros ou atiram-lhe objetos;
- Ameaça, magoar ou magoam a sua família e animais;
- Forçam-no a ter relações sexuais.
Pode-se estar perante uma relação abusiva e violenta e ordem diz mesmo que nestas situações é fundamental procurar ajuda.