Longe fica a certeza do ditado “gaivotas em terra tempestade no mar”, nos dias de hoje, as cidades passaram a ser casa para estas aves e estão um pouco por todo o lado .
Recentemente, foram contabilizados 800 ninhos nos concelhos do Porto, Matosinhos, Póvoa de Varzim, Vila Nova de Gaia e Vila do Conde, mas estima-se que haja mais do que 1600 gaivotas.
O convívio com os cidadãos nem sempre é pacífico e uma das primeiras coisas que fazem “é largar os seus dejetos na pessoa como forma de ataque”, sendo que o passo seguinte são “ os voos rasantes”, explica Teresa Oliveira, uma das autoras do estudo.
As estratégias de controlo poderão passar por tornar as cidades menos atraentes para estas aves, sem comida disponível e com alguns entraves físicos, por exemplo, nos telhados, mas a principal medida poderá passar pela destruição de ninhos e ovos. Para isso, terá de haver um licenciamento especial por parte do Instituto da conservação da natureza e das florestas.
“Recentemente a Área Metropolitana do Porto tem-se tornado uma zona onde o número de indivíduos reprodutores tem vindo a aumentar”, Paulo Alves, autor do estudo.
As gaivotas vivem cerca de 30 anos e a partir dos quatro já estão em idade de reprodução, sendo que põe entre dois a três ovos por ano.
O estudo foi realizado entre 2021 e 2022, através de inquéritos e trabalho de campo. Uma medida usada foi colocar um GPS em alguns indivíduos para conhecer os hábitos das gaivotas.
O plano propõe, "como método de controlo da nidificação da gaivota-de-patas-amarelas, a aplicação de óleo em ovos através de utilização de drones adaptados".
A solução é proposta "dada a dificuldade de acesso a muitos dos telhados das cidades do estudo, e dada a eficiência demonstrada na inviabilização dos ovos através da aplicação de óleo impermeabilizante".
A sensibilização da população para não alimentar as gaivotas e depositar o lixo em contentores fechados é essencial e existe, ainda, uma aplicação onde os cidadãos podem identificar ninhos ou focos de gaivotas.
Os cinco municípios da Área Metropolitana do Porto que pediram este estudo estão, neste momento a estudar a melhor forma para colocar o plano em prática.