As comissões de utentes de saúde do concelho de Loures manifestam-se esta quinta-feira, à porta do Hospital Beatriz Ângelo contra o encerramento da urgência pediátrica, que desde quarta-feira funciona apenas nos dias úteis, entre as 9h00 e as 21h00. A situação preocupa os utentes e o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), lembra que "há seis meses" que os médicos têm alertado para os problemas de funcionamento no Hospital de Loures.
Em entrevista à SIC Notícias, Jorge Roque da Cunha realça o impacto criado com as limitações no serviço de urgência: "Sendo a segunda maior urgência pediátrica de Lisboa e Vale do Tejo, vai sobrecarregar o Hospital de D. Estefânia quer o Hospital de Santa Maria, que já estão nos limites".
A falta de médicos está na origem do encerramento da urgência pediátrica à noite e aos fins de semana e levou à demissão em bloco dos 11 chefes do serviço de urgência geral do Hospital Beatriz Ângelo.
Roque da Cunha lembra que é necessário "criar condições para aquilo que já não é alterado há mais de 20 anos", realçando a importância de "investir em salários e condições de trabalho". O secretário-geral do SIM diz que muitos médicos do Beatriz Ângelo "fizeram em fevereiro, 150 horas extraordinárias".
"Não é possível ao Hospital São Francisco Xavier, que foi dado como solução, mas que só tem urgências até às 10 da noite, dar resposta a essa matéria", sublinha ainda.
Quanto às mudanças na liderança do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente à influência do novo CEO do SNS, Roque da Cunha diz: "Neste momento não temos visto qualquer melhoria".