A reunião entre Sindicatos do setor da educação e o ministro terminou mais uma vez sem acordo. Esta foi a última reunião de negociação suplementar. “A luta não para”, sublinha Mário Nogueira, da Fenprof.
Mário Nogueira adianta que na segunda-feira vai apresentar ao Ministério uma proposta negocial da recuperação de todo o tempo de serviço.
À saída do Ministério da Educação, em Lisboa, Mário Nogueira disse que a data (06/06/23) da greve nacional e da manifestação coincide propositadamente com o tempo de serviço dos professores congelado (desde a Troika): seis anos, seis meses e 23 dias.
Assim, as formas de luta apresentadas por Mário Nogueira são:
- Avançar com uma nova greve, por distritos durante 18 dias úteis
- Avançar com uma greve a toda a atividade, que vai para além da componente letiva normal. Mário Nogueira assegura que durante esta greve, as aulas vão manter-se, à exceção da greve por distritos
- Avançar com uma greve ao último tempo letivo de cada professores, cada um fará essa gestão
- Avançar com uma greve às avaliações, ficando ainda por decidir quando é que se realizará
Ministério disponível para mais negociações com professores, mas apela ao fim das greves
O ministro da Educação manifestou-se disponível para negociar outras matérias, mas apelou ao regresso à normalidade nas escolas e ao fim das greves, sem confirmar se as reuniões negociais serão agendadas se as paralisações se mantiverem.
A recuperação integral do tempo de serviço, uma das principais reivindicações dos docentes, não está em cima da mesa, mas há abertura do Governo para negociar com os sindicatos do setor quatro propostas concretas, anunciou João Costa, no final da reunião de negociação suplementar sobre colocação e concursos.
Em conferência de imprensa, e sem avançar detalhes, o ministro da Educação esclareceu que estão em causa a "correção dos efeitos assimétricos" do período em que a carreira docente esteve congelada, a correção de desigualdades na redução do tempo da monodocência, a redução da burocracia e a regularização da situação de técnicos superiores com contratos precários.
"A disponibilidade que temos para negociar estas matérias, deve ser acompanhada pela disponibilidade para a retoma da normalidade nas escolas, permitindo aos alunos retomar as suas aprendizagens", afirmou, esclarecendo que foi apresentada uma data indicativa para o início das reuniões: 20 de março.
Questionado se a reunião prevista para daqui a pouco mais de uma semana estaria dependente de um recuo por parte dos representantes dos docentes, João Costa não foi perentório e insistiu no mesmo apelo.
"O país todo aguarda que haja serenidade. Do nosso lado, não houve nunca uma postura que não fosse dialogante e de abertura", começou por dizer o ministro, acrescentando: "É nesse espírito que queremos continuar, mas, obviamente, apelando a que tenhamos condições de um diálogo construtivo e sereno".