São pelo menos três os lares investigados pelas autoridades. Só ao Lar do Comércio, em Matosinhos, o Ministério Público abriu dois inquéritos. A câmara municipal recebeu 38 queixas.
As denúncias chegaram à autarquia ao longo dos últimos três anos e começaram na altura em que se instalou a pandemia, quando mais de 100 idosos foram infetados com covid-19. 24 deles acabaram por morrer.
A atuação da direção do lar durante o surto levou à abertura de um inquérito do Ministério Público, segundo a agência Lusa já em fase de julgamento. O antigo presidente e a ex-diretora de serviços respondem por 67 crimes de maus tratos que terão ocorrido entre 2015 e 2020.
Os sócios da instituição garantem que a situação é do conhecimento da Segurança Social há mais de um ano.
Um familiar de um utente que morreu infetado enviou uma denúncia à PSP que remeteu o caso para a Procuradoria Geral da República, dando origem a mais um inquérito.
Na carta que chegou à polícia de segurança pública de Matosinhos, o denunciante fala em poucos cuidados de saúde, falta de higiene, maus tratos, desorganização e desumanização.
O Lar do Comércio de Matosinhos não é caso único sob a mira das autoridades.
Depois de uma reportagem da SIC mostrar um cenário de maus tratos e condições deploráveis no Lar Delicado Raminho, na Lourinhã, a Segurança Social encerrou o local e o Ministério Público abriu também investigação.
Os idosos já foram todos retirados do lar.