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"Fecha-se os olhos às más condições para se gastar pouco com os idosos”, acusa Catarina Martins

O Bloco de Esquerda acusa o Estado de não investir na assistência a idosos. O partido exige a criação de um Serviço Nacional de Cuidados.

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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, lamentou esta segunda-feira a falta de fiscalização em lares e alertou para a necessidade de se criar um Serviço Nacional de Cuidados.

Na sequência da quantidade de denúncias por maus-tratos a idosos em lares, o Bloco de Esquerda (BE) considera que as recentes polémicas são resultado da falta de investimento na assistência aos mais velhos.

“Temos um serviço que é mal pago, com muito poucos recursos públicos, que é privatizado e que não tem inspeção. Fecha-se os olhos às más condições, para se continuar a gastar pouco com as pessoas mais velhas”, afirma.

A líder do BE garante ainda, que o partido está a planear iniciativas para contornar os maus tratos em residências assistidas e a preparar condições para a inserção das vítimas em novos ambientes. “O Estado tem obrigação de criar alternativas” porque as pessoas não podem “ficar no olho da rua quando um lar é fechado”.

No apelo às regras e condições na forma como se tratam os idosos, Catarina Martins, deixa claro que não só é “preciso retirar as pessoas que estão em condições humilhantes e degradantes que atentam à própria saúde”, como também é necessário responsabilizar “até criminalmente" os protagonistas de maus-tratos.

No último mês, foram quatro os lares inspecionados pela Segurança Social por alegados maus-tratos e falta de condições. O Delicado Raminho, na Lourinhã, uma denúncia divulgada pela SIC, foi mesmo obrigado a fechar portas. Na sequência disso, a Polícia Judiciária em colaboração com a Segurança Social ordenou o encerramento de um lar clandestino em Palmela.

Neste momento, continuam a decorrer investigações nos lares de Matosinhos e Montijo.