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Protestos dos professores vão prolongar-se até ao final do ano letivo

Nove sindicatos juntaram-se para formar a Plataforma União pela Profissão e anunciaram uma vasto leque de medidas de contestação, como greves a "todo o serviço extraordinário", paragens por distrito e ainda uma grande manifestação.

Protestos dos professores vão prolongar-se até ao final do ano letivo
ANTÓNIO COTRIM/Lusa
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A plataforma informal que reúne nove sindicatos de profissionais de educação anunciou esta segunda-feira greves a partir do dia 27 deste mês a "todo o serviço extraordinário", às avaliações finais, paragens por distrito e uma "grande concentração" para dia 6 de junho.

Em conferência de imprensa em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, garantiu que os professores "não se vão deixar calar" e que apresentaram uma proposta para "forçar o Ministério da Educação" a negociar já a pensar em 2024.

Mário Nogueira anunciou ainda que os professores vão fazer pedidos de reuniões com todos os partidos políticos, que vão apresentar à Comissão Europeia uma queixa contra as "limitações impostas ao direito à greve" e uma outra queixa à Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outras formas de luta.

"Ações de luta não vão faltar para podermos pressionar o Governo a resolver problemas que estão a massacrar uma profissão em que há cada vez menos gente", explicou Mário Nogueira.

A Plataforma União pela Profissão integra nove sindicatos dos setor e pretende dar respostas aos problemas da classe e às propostas apresentadas pelo Governo à mesa das negociações.

Mário Nogueira insiste que o Executivo quer deixa de fora do concurso extraordinário de veiculação milhares de professores.

“São cinco mil professores que ficam de fora dessa vinculação, já para não falar dos professores que embora com mais de 1095 dias são docentes sem contrato ativo [a partir de] dia 31 de dezembro. (…) Qual é o problema e onde é que se cortam as pernas? (…) É que este regime permite que possa vincular quem tem três ou quatro anos de serviço, o que é correto, mas deixa de fora quem tem 15, 17 ou 18 anos de serviço só porque há um dos requisitos, para além do tempo de serviço, que não se verifica”, aponta o secretário-geral da Fenprof.