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Habitação:100 pessoas vivem em barracas junto à Caparica

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Os motivos são diferentes, mas as vivências as mesmas: falta de higiene, saúde e condições básicas para se viver. Já foram feitas várias iniciativas por parte de organizações não governamentais e houve até uma comissão de moradores, que se desfez perante a impassividade do poder político.

Trinta anos depois do Plano Especial de Realojamento ainda existem bairros de barracas nos grandes centros urbanos. O bairro Terras da Costa, à saída da Via Rápida na Caparica, em Almada, é um desses exemplos.

Há 40 anos que se amontam pessoas à saída da via rápida na Caparica, usualmente vindas das antigas colónias. Os moradores já perderam a esperança de terem uma casa, como Judite.

Judite construiu aquilo a que chama de casa com as próprias mãos e mobilou-a com os restos dos outros. Veio de cabo verde, há cinco anos, quando o filho doente foi transferido ao abrigo de um protocolo de saúde.

Chegou há ano e meio ao bairro Terras da Costa, quando deixou de ter dinheiro para pagar renda.

Todos os meses tinha de pagar 400€ de renda de casa e eu recebia 500. O meu filho, quando saiu do hospital, ficou paraplégico, necessita de fraldas. Eu gostava de morar numa casa, mas com dinheiro para, durante o mês, comprar as coisas para o meu filho.”, relatou Judite Sanches.

O filho de Judite teve mais problemas de saúde que o obrigam a ficar, por agora, fora do bairro, em casa de amigos. Para ter algum dinheiro, Judite inventou um negócio dentro do espaço onde mora.

“Eu todos os dias vendo cigarros. As pessoas vêm de longe e compram coisas, como ovos e cigarros. Assim consigo arranjar dinheiro para o meu filho.”, explicou.

É um negócio paralelo, numa realidade à margem, mas muito perto da costa da Caparica.

Há mais de 40 anos que aqui se procuram refúgio pessoas vindas das antigas colónias que chegam diretamente ou depois de perderem a habitação.

Já foram apresentados diferentes planos, feitas várias iniciativas por parte de organizações não governamentais e houve até uma comissão de moradores, que se desfez perante a impassividade do poder político.

Mário é outro exemplo e vive com uma das duas filhas, uma criança de 12 anos. Ao todo, moram aqui mais de 100 pessoas.

As condições precárias são responsáveis por problemas de saúde, como é o caso de doenças respiratórias.

Passaram 30 anos do Programa Especial de Realojamento e continuam os bairros de barracas nos grandes centros urbanos.

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