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Habitação: "Isto é intervencionismo que faz lembrar o verão quente de 1975"

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O debate parlamentar esta quarta-feira ficou marcado por assuntos da função pública, habitação, custo de vida e TAP. José Gomes Ferreira analisou-os um a um.

José Gomes Ferreira analisa o debate desta quarta-feira que contou com a presença do primeiro-ministro António Costa, onde foram anunciadas novas medidas que podem vir a ser postas em prática pelo Executivo.

"Houve promessas e afirmações não tão bem explicadas. No caso do baixar o imposto do IVA dos bens essenciais, fica-me a ideia de que há um paralelismo muito grande do que foi a baixa do IVA da restauração. Os próprios governantes reconhecem que essa diferença ficou nos bolsos dos donos dos restaurantes e até dizem que isso foi bom, porque na altura precisaram", explicou.

Por isso, José Gomes Ferreira classificou a medida como um "perigo", prevendo que "não vai funcionar e não se vai refletir na descida do preço final".

No que diz respeito à função pública, em relação a novas negociações assumidas por António Costa, tendo em conta que a inflação foi maior do que a prevista, José Gomes Ferreira explica como as medidas implementadas não foram suficientes.

"Tanto num caso, como no outro os aumentos médios são inferiores à inflação, houve aqui um ilusionismo por parte de quem nos governa, de dar a ideia que estava a aumentar muito, num caso a função pública e noutro os pensionistas", evidenciou.

A propósito da habitação, tema que o primeiro-ministro tentou empurrar para outra altura, os partidos fizeram questão de frisar, tal como o Presidente da República a "inoperacionalidade" do programa. No entanto, José Gomes Ferreira não sabe se o assunto já "morreu".

Segundo José Gomes Ferreira, "o Presidente da República deu um impulso decisivo para separar o trigo do joio (...)", e que o pacote até parecia bem formulado até cometer "o pecado original."

"Como é que é possível de um dia para o outro o Governo acabar com o setor do Alojamento Loca. Isto é intervencionismo que faz lembrar o verão quente de 1975, esta e a outra medida do arrendamento compulsivo das casas", comentou.

Também, José Gomes Ferreira considerou que "António Costa fez um erro de julgamento político que vai pagar caro", porque se esqueceu que prometer casas em Portugal de renda ou custo baixo para compra e nos centros da cidade é "uma equação impossível".

Ficou também pendente o assunto da TAP, do qual o Governo não pode esclarecer muito sobre, mas que já deve ter havido indicações de Bruxelas que, se públicas, podem comprometer o negócio.

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