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Carlos Moedas garante que está "de coração com aqueles que se manifestam nas ruas"

O presidente da Câmara de Lisboa não marcou presença no protesto pela habitação deste sábado, mas vinca que trabalha "todos os dias nessa causa".

Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
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Carlos Moedas falou aos jornalistas no dia em que a cidade de Lisboa, e não só, é palco de uma manifestação que junta milhares de pessoas pelo direito à habitação. O autarca garante que está “de coração” com os manifestantes e que diariamente trabalha para combater o problema da habitação.

O presidente da Câmara de Lisboa falou à comunicação social à margem do evento “Conselho de Cidadãos” e referiu que o município já requalificou mais 1000 casas e está, neste momento, “a construir mais 1000”.

Revelou ainda que esta semana entregou mais de 1000 chaves a cidadãos lisboetas. Moedas disse que desde o início do seu mandato já investiu 42 milhões de euros nos bairros municipais e vai investir mais 85 milhões.

Arrendamento coercivo “não vai funcionar”

“É essa a capacidade que a Câmara tem de mostrar. É ter soluções para as pessoas e, obviamente, que só isso pode mudar o paradigma. Não é medidas ideológicas ou medidas de impor, por exemplo, o arrendamento forçado. Obviamente que essa medida não vai funcionar. Todos nós sabemos que o Estado não vai conseguir”, disse o autarca.

O presidente da Câmara lisboeta garantiu que a autarquia tinha 2000 habitações vazias, mas já requalificou 400. Atirou culpas ao Governo por não requalificar as casas de que é proprietário:

“Política pública faz-se com bens públicos, portanto, essa política pública deve ser feita pelos autarcas com os bens públicos. Quando nós temos ainda tantas casas vazias que são nossas como é que nós podemos pedir aos privados para serem eles obrigados a alugar as suas casas? Não faz sentido nenhum, vamos fazer primeiro nós para dar o exemplo”

"Estou todos os dias na rua"

Questionado sobre o porquê de não marcar presença na manifestação deste sábado, Carlos Moedas respondeu dizendo que ainda esta tarde esteve reunido com munícipes de forma a ouvir sugestões de melhoria.

"Estou todos os dias na rua, não preciso de estar numa manifestação", afirmou.

Referiu ainda que o Alojamento Local e a habitação são dois problemas diferentes e “não é um em oposição ao outro”:

"São pessoas como todos nós [ donos de Alojamentos Locais] que têm um pequeno negócio, que têm um pequeno apartamento que podem arrendar. Não são fundos imobiliários, não são os capitalistas maus. São pessoas que têm aquele salário e que precisam daquele dinheiro", vincou.