O Almirante Gouveia e Melo afirmou esta quarta-feira, à margem de um encontro com Rui Moreira, que o último incidente com o navio Mondego foi erro humano, que está a ser investigado. A Marinha atribuiu a falha na missão às ilhas Selvagens aos baixos níveis de combustível.
“O problema no último incidente não teve origens em problemas mecânicos ou da plataforma, foi um erro humano que nós estamos a investigar”, explicou Gouveia e Melo.
Acompanhado por Rui Moreira nas celebrações do dia da Marinha no Porto, o Almirante Gouveia e Melo foi confrontado sobre as antigas e novas polémicas que envolvem o navio patrulha Mondego.
A mais recente polémica que envolve o navio foi o incumprimento de outra missão, agora nas Ilhas Selvagens.
Em comunicado enviado às redações, o comando da Zona Marítima da Madeira diz que o NPR Mondego saiu do porto do Funchal pelas 22h20 de segunda-feira “tendo, por motivos de ordem técnica, regressado ao inicio da manhã de hoje ao Porto do Caniçal, em segurança”.
Apesar do Almirante assumir erro humano, a Marinha já admitiu que o navio patrulha possa vir a ser objeto de uma inspeção técnica.
Para além disso, Gouveia e Melo ainda defendeu a Marinha quando questionado sobre factos que a defesa dos militares que se recusaram embarcar numa missão em março expõe sobre as condições do Mondego.
“Eu não faço comentários aos advogados que farão as suas estratégias, a única coisa que lhe posso dizer é que a marinha não mente”, conclui o Almirante.
Este primeiro incidente remonta à recusa de 13 militares embarcarem para acompanhar uma embarcação russa ao largo da Madeira por alegada falta de segurança e condições do navio.
No entanto, a Marinha afirmou que a embarcação estava apta para navegar. Entre as limitações técnicas invocadas pelos militares para se recusarem estava o facto de um motor e um gerador de energia estarem operacionais.
Os militares estão agora a ser alvo de um processo disciplinar interno e de um inquérito judicial. No primeiro, arriscam uma prisão disciplinar de um a 30 dias. No segundo, a pena de prisão pode ir dos dois aos oito anos.