No discurso que marcou a abertura das terceiras jornadas parlamentares do Chega, André Ventura voltou a fazer um apelo ao Presidente da República para que vete as propostas do Governo para a habitação, considerando que, se não o fizer, vai tornar-se num "Presidente cartaz".
Marcelo Rebelo de Sousa já criticou algumas vezes em público as medidas do Programa Mais Habitação. Para o líder do Chega, se o Presidente "não é uma parte passiva ou indiferente", "tem de ser muito claro no seu veto".
"Porque se o Presidente da República disse que esta era uma 'lei cartaz' e mera propaganda, se não vetar esta lei, então torna-se ele um Presidente cartaz e de mera propaganda, e nós não podemos permitir ter um Presidente de mera propaganda em Portugal", afirmou.
André Ventura criticou veementemente o "Programa Mais Habitação" do Governo, considerando este "o maior ataque à classe média" e "o melhor fogo de artifício de propaganda sem nenhum conteúdo". Segundo o político do Chega, o problema da habitação em Portugal “não deve ser resolvido à custa daqueles que durante anos e anos pouparam para ter uma habitação”.
As terceiras jornadas parlamentares do Chega, a decorrer em Évora até terça-feira, está centrada nos temas da habitação e da inflação, pois são os temas que mais preocupam os portugueses, considera o líder do partido. “Hoje há muitos concidadãos que têm de escolher entre por comida na mesa ou pagar medicamentos”, afirmou.
"Portugal tem um problema sério de habitação, quem vive nas grandes cidades sente, fala e conhece as dificuldades que estudantes, pequenos empresários, famílias, desempregados têm em encontrar uma habitação", frisou.
Líder do Chega acusa socialistas de “falta de vergonha” em relação ao IVA zero
André Ventura apontou que o PS rejeitou "cinco vezes" descer o IVA dos alimentos essenciais e "agora apresenta esta medida como se fosse uma proposta do PS", acusando os socialistas de "falta de vergonha e descaramento".
O líder do Chega indicou que o seu partido foi um dos que propôs o IVA zero para o cabaz alimentar, bem como limitar os lucros da sua venda, por não compactuar "com cargas fiscais pornográficas" nem com "lucros pornográficos numa altura em que tantos concidadãos não conseguem pôr comida em cima da mesa".
O IVA zero entra em vigor nesta terça-feira e a medida ainda deixa dúvidas entre comerciantes e consumidores.