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Entrevista SIC Notícias

Sindicato sobre contratação de médicos: "Sabemos que metade (das vagas) ficam por ocupar"

Declarações do presidente do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, em entrevista na SIC Notícias.

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Jorge Roque da Cunha acusa o Governo de não está a tomar as medidas estruturais que são necessárias. Esta manhã, em entrevista na SIC Noticias, o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) disse ainda que, nos últimos cinco anos, metade das vagas em hospitais ficaram por preencher.

“O diagnóstico está feito. Nós há 20 anos que sabíamos que o ano passado se iriam reforma 1.100 médicos e que este ano se vão reformar cerca de 1.200 médicos. Sabemos também, e isso é novo, que o ano passado saíram cerca de 1.100 do SNS para os privados diretamente, no ano anterior foi um pouco menos, cerca de 1.000. E ao mesmo tempo sabemos que nos últimos cinco anos, dos médicos que acabam a sua especialidade em Medicina Geral e Familiar, ficam 40% das vagas por ocupar e 60% das vagas hospitalares para ocupar”, explica Roque da Cunha.

O presidente do SIM considera que o Governo não tem uma estratégia que resolva o problema de fundo.

“O que é que acontece este ano? Concluíram 1.310 médicos e o que é que é anunciado? É anunciado que se vão contratar, vão abrir concursos para 1.800 médicos. Sabemos do histórico que metade (das vagas) ficam por ocupar, sabemos que têm saído para a reforma e para os privados e temos aqui um problema de fundo”.

O Sindicato Independente dos Médicos apelou também ao Governo para resolver com celeridade a situação dos médicos de saúde pública que são obrigados a fazer "trabalho escravo" ao terem de cumprir 200 horas extraordinárias sem receber qualquer pagamento.

Jorge Roque da Cunha adiantou que este foi um dos vários problemas da Saúde Pública que o sindicato expôs à secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, numa reunião realizada na terça-feira.