Uns minutos antes da hora marcada, André Ventura chegou sozinho ao Palácio de Belém. O encontro com o Presidente da República durou cerca de meia hora, à saída o deputado e líder do Chega revelou aos jornalistas os temas sobre os quais conversou com o chefe de Estado.
A audiência, começou por referir, tinha três pontos na ordem de trabalhos: eutanásia; a atual situação política; e, a alegada oposição de Marcelo à integração do Chega numa solução governamental à direita.
Sobre o tema que está a marcar o dia, o envio, sem promulgação, da lei da eutanásia ao Parlamento, André Ventura reiterou que “é claro o nosso posicionamento em relação à falta de clareza desta lei em matéria de aplicação e pelas ”incongruências jurídicas". Porém, acrescentou, “discordamos com o não envio do Presidente para o Tribunal Constitucional (TC)".
“Caso não vá para o TC, (…) poucos médicos ou profissionais de saúde a vão querer aplicar, [porque] não sabem que consequências lhes pode trazer. [O] ideal é que esta lei acabe novamente no TC”, declarou Ventura, prometendo que o Chega se compromete a “procurar junto de deputados de outros partidos, após a promulgação, pedir a fiscalização” aos juízes do Ratton.
O segundo ponto do encontro centrou-se no “desenvolvimento da situação política” e no que, o líder do Chega, diz ser o “sentimento de rutura ou quase rutura”.
“Estamos num ponto praticamente sem retorno e que está em causa o regular funcionamento das instituições. [Assim sendo, e caso o] PSD não avance com uma moção de censura, o Chega avançará, nos primeiros dias da próxima sessão legislativa, para dar o sinal ao país de que este ciclo chegou ao fim”, avisou.
Sobre a questão política que marcou os últimos dias, sobre a suposta oposição de Marcelo a uma solução à Direita que incluísse o Chega, André Ventura garantiu aos jornalistas de que o Presidente da República lhe transmitiu que “não será obstáculo a qualquer tipo de participação governamental por parte do Chega, se a bases dos partidos aceitarem e se houver essa disponibilidade de formar uma maioria à Direita”.
“Era importante esclarecer que o chefe de Estado não estava contra uma solução que integre o Chega e assumiu que manterá essa atitude, que não bloqueará a participação do Chega no Governo”, concluiu André Ventura.