O Presidente da República apareceu pela primeira vez esta quarta-feira após o primeiro-ministro ter recusado a demissão de João Galamba, decisão a que Marcelo se opõe.
À saída do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa foi interpelado pelos jornalistas para prestar declarações sobre a decisão de António Costa na terça-feira. No entanto, o Presidente não comentou e esclareceu que falará, a seu tempo.
“Certamente que terei oportunidade de dizer aos portugueses o que penso, mas não agora, hoje não”, disse.
Quando questionado se falará amanhã (quinta-feira), ou até mesmo antes da sua ida para o Reino Unido, Marcelo responde: “talvez, talvez”.
Após o primeiro-ministro se ter reunido durante uma hora e meia em Belém com o Presidente da República, comunicou ao país que não ia aceitar a demissão de João Galamba, mantendo a confiança no ministro das Infraestruturas.
Só depois de o primeiro-ministro António Costa ter saído do Palácio de Belém, e já em São Bento, é que informou por telefone o Presidente Marcelo de que não ia aceitar a demissão de João Galamba.
Apesar do pedido do ministro das Infraestruturas, António Costa explicou ao chefe de Estado que não iria aceitar a demissão. Disso mesmo daria conta, perto das 21:00, numa declaração ao país, sustentando que “em consciência, não podia aceitar demissão”.
Numa nota publicada na Presidência da República Marcelo referiu que o Presidente “não pode exonerar um membro do Governo sem ser por proposta do Primeiro-Ministro”, mas que "discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à perceção deles resultante por parte dos Portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem”
O Presidente não tem agenda pública até à coroação do rei Carlos III em Londres no próximo fim de semana.