País

Mais de 1200 pessoas pediram ajuda para renegociar o crédito à habitação

Pedidos de apoio à DECO duplicaram nos primeiros quatro meses deste ano. A mais recente previsão aponta para uma subida da Euribor até setembro ou outubro e estima-se que as taxas a seis e 12 meses cheguem aos 4% em breve.

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O ponto a que agora chegou a Euribor só é comparável com a crise de 2008, numa altura em que atingiu os 5,5%. Quem tem crédito à habitação espera pelo dia em que a notícia seja a descida desta taxa de juro, mas a mais recente previsão aponta para uma subida até setembro ou outubro deste ano.

Estima-se que a Euribor a seis e a 12 meses chegue em breve aos 4% e só para o ano deverá verificar-se um abrandamento.

Mas, vamos a contas: num empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 1% e indexado à Euribor a 12 meses, que tenha a previsão revista este mês, vai passar a pagar mais 289 euros. Se o empréstimo for de 300 mil euros, o aumento quase que atinge os 580 euros.

Se a taxa for a seis meses, as subidas não são tão elevadas. Num empréstimo de 150 mil euros, são 126 euros a mais em cada mês. E para o empréstimo de 300 mil euros o aumento é de 250 euros.

Esta realidade está a dar muitas dores de cabeça às famílias portuguesas e os pedidos de ajuda à DECO duplicaram nos primeiros quatro meses deste ano. Até abril, mais de 1200 pessoas contactaram a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor com dúvidas ou para expor dificuldades na renegociação do crédito à habitação.

Do lado dos bancos, tudo isto é lucro, mas a DECO nota que não estão a ser sensíveis com os clientes.

“Os bancos poderiam agora, de alguma forma, compensar tudo aquilo que foi a ajuda que os contribuintes deram ao longo dos anos em que os bancos passaram dificuldades. Essas soluções não estão a surgir, ou seja, os bancos não estão a facilitar o encontrar de uma solução para que o consumidor continuem a cumprir o seu contrato de crédito”, critica Nuno Rico, da DECO.

Também há quem tenha sido obrigado a entregar a casa ao banco por não conseguir suportar os aumentos, mas esta é ainda uma realidade pouco expressiva.