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Análise

Buscas no FC Porto, Benfica e Sporting: a investigação "escalou a um nível nunca visto"

José Gomes Ferreira explica as várias fases desta operação que começou em 2020 e defende que "se isto for investigado até ao fim vai levar a que se descubra fraude fiscal e fraude à Segurança Social".

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FC Porto, Benfica e Sporting estão a ser alvo de buscas da Autoridade Tributária. Ao que a SIC apurou, o filho de Pinto da Costa também é um dos visados. Em causa estarão transferências de jogadores de futebol. Na base destas buscas, estará a operação “Penálti”, que decorre há vários anos e já conta com dezenas de arguidos. José Gomes Ferreira explica porque é que esta será a "maior investigação que envolve aspetos fiscais e parafiscais" em grandes clubes de futebol.

"É uma espécie de corolário de uma investigação que teve dois passos anteriores, um deles foi ainda em 2020, 4 de março de 2020, em que houve buscas e a constituição de 47 arguidos - 24 empresas e 23 pessoas singulares - e foi após um conjunto de buscas a várias entidades ligadas ao mundo do futebol, nomeadamente Sporting de Braga e Vitória de Guimarães", que depois voltaram a ser alvo de buscas em novembro de 2021, a segunda fase desta operação, e "agora alargou à cúpula do futebol", diz José Gomes Ferreira.

Esta investigação "escalou a um nível nunca visto, mas era de esperar", assim como é expectável que haja mais arguidos. Espera-se que as autoridades divulguem essa informação, mas o número de arguidos já era superior a 50.

A megaoperação policial da Autoridade Tributária e Aduaneira, acompanhada pela GNR, está a decorrer no FC Porto, no Benfica e no Sporting. Em causa estão suspeitas de fraude fiscal ligadas a dezenas de transferências de jogadores de futebol, que envolvem milhões de euros.

“Se isto for investigado até ao fim, e pelos vistos é o que a administração fiscal está a fazer, leva a que se descubra fraude fiscal e fraude à Segurança Social. Porquê? Porque as verbas envolvidas, nomeadamente naquilo que os jogadores ganham, que é outra vertente da equação, quando são transferidos à partida vão ganhar mais, mas o tipo de remuneração que auferem é composto por muitas parcelas, algumas em espécie que nunca se percebe se devem ou não ser sujeitas a tributação em IRS e pela Segurança Social”, conclui José Gomes Ferreira.