A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), a GNR e a PSP lançam esta terça-feira a campanha de Segurança Rodoviária "Taxa Zero ao Volante", que visa alertar para os riscos da condução sob a influência do álcool. Nesse sentido, o engenheiro Carlos Lopes, diretor da ANSA, explica em direto na SIC Notícias em que consiste esta campanha e quais são os objetivos da mesma.
O engenheiro Carlos Lopes começa por referir que "o álcool é um dos principais problemas que temos nas estradas", mas acrescenta que "mais do que isso, é um problema da sociedade porque as pessoas morrem por ingerência de álcool, cerca de 2500 pessoas por ano, em termos de cancro e outras doenças".
Afirma que o álcool tem um efeito "brutal" no organismo e que contribui para a perda de uma série de capacidades que podem levar a acidentes rodoviários graves.
40% das mortes na estradas estiveram ligadas ao consumo de álcool em 2022
Cita dados do Instituto de Medicina Legal relativos a 2022 que indicam que 40% das pessoas que morreram de acidentes rodoviários e que foram autopsiadas "tinham uma taxa de álcool superior a 0.5 gramas por litro". Para além disso, alerta que existem muitos peões que morrem atropelados por estarem sob o efeito de álcool.
O diretor afirma que existe uma mentalidade que deve ser combatida e que só assim o álcool deixará de causar tantas mortes nas estradas portuguesas:
"Portugal é um país que consome imenso álcool e isso é um problema da própria sociedade".
Objetivos da campanha
Explica que esta campanha diz respeito ao Plano Nacional de Fiscalização, algo que é feito anualmente, em que são identificados os locais onde existem acidentes e onde se registam mais infrações, com maior foco no excesso de álcool.
"Nestas ações conjugamos a parte da sensibilização de forma a mostrar que quem está nas estradas não está a multar as pessoas, mas que, no fundo, está a salvar vidas", adianta.
Revela que este é um problema generalizado que afeta todas as faixas etárias, embora com mais incidência nos jovens. Em relação ao quadro penal, o diretor afirma que o mesmo "está bem estabelecido e é suficientemente dissuasor", no entanto revela que a fiscalização poderia ser redobrada.