Os tripulantes de cabine da EasyJet cumprem esta quinta-feira o quarto dia de uma greve prevista para fim de maio e início de junho, num total de cinco dias, acusando a transportadora de "precarização e discriminação" face aos outros países.
Num comunicado do dia 11 de maio, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) disse que a EasyJet continua a considerar os tripulantes das bases portuguesas "trabalhadores menores" perpetuando a sua "precarização e discriminação relativamente aos colegas de outros países".
De acordo com o sindicato, "o clima de tensão e desagrado e o longo impasse na resolução dos diversos diferendos laborais, levaram o SNPVAC a apresentar um novo pré-aviso de greve" para os dias 26, 28 e 30 de maio e 1 e 3 de junho.
Nos três dias de greve já cumpridos, o sindicato e a transportadora têm apresentado números muito diferentes, com a EasyJet a referir adesões de 55% e 70% e a estrutura sindical a apontar para 100%.
A paralisação abrange "todos os voos realizados pela EasyJet", bem como os "demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos", cujas "horas de apresentação ocorram em território nacional com início às 00:01 e fim às 24:00 de cada um dos dias" mencionados, lê-se no pré-aviso de greve, divulgado pelo sindicato.
"As propostas de alteração às prestações pecuniárias já anteriormente apresentadas pela empresa continuam senão piores, muito aquém do limiar do aceitável para garantir trabalho digno aos tripulantes de cabine", indicou o SNPVAC, acrescentando que "a EasyJet continua 'surda' às dificuldades económicas sentidas pelos seus tripulantes, devido aos baixos rendimentos, em face ao reconhecido aumento do custo de vida, o que asfixia os trabalhadores e põe em causa o bem-estar e conforto das suas famílias".
Quando a paralisação foi marcada, a EasyJet disse ter ficado "extremamente desapontada" com a convocação da greve, considerando a proposta do sindicato de aumentos entre os 63% e os 103% "impraticável", e anunciou que ia fazer alterações nos voos antes da greve, para mitigar o impacto nos clientes.
Num comunicado no dia 19 de maio, o SNPVAC garantiu que "a EasyJet decidiu previamente proceder ao cancelamento massivo de voos: dos 458 voos originais a saírem das bases portuguesas de Lisboa, Porto e Faro, a companhia já cancelou previamente 384 voos, ou seja, 84% dos voos planeados".
Na terça-feira, o SNPVAC disse que nos primeiros três dias da greve dos tripulantes de cabine da EasyJet foram cancelados 224 voos, segundo um comunicado.
Quarto dia de greve dos tripulantes de cabine da EasyJet com 100% de adesão
A adesão ao quarto dia de greve dos tripulantes de cabine da EasyJet era às 08:00 de 100%, estando apenas a ser cumpridos os serviços mínimos em Lisboa e no Porto, disse à Lusa fonte sindical.
"À semelhança dos outros dias de greve a adesão é de 100%. Os voos já tinham sido cancelados previamente pela empresa aquando do nosso pré-aviso de greve e dos serviços mínimos decretados", disse à Lusa o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
De acordo com Ricardo Penarroias, esta quinta-feira só estão a realizar-se serviços mínimos em Lisboa e no Porto
"Em Faro não há, os voos estão todos cancelados", adiantou, acrescentando que ainda não tem informação sobre o número de voos cancelados esta quinta-feira.
De acordo com o presidente do SNPVAC, a empresa assumiu que o impacto da greve seria de 100% e, por isso, cancelou voos antecipadamente.
"Quanto às negociações continuamos num impasse. A empresa tem uma postura que nós não entendemos muito bem. Confrontados com o pré-aviso de greve, a empresa decidiu que não quer sentar-se à mesa connosco durante o período de greve", contou.
No dia 11 de maio, em comunicado, SNPVAC disse que a EasyJet continua a considerar os tripulantes das bases portuguesas "trabalhadores menores" perpetuando a sua "precarização e discriminação relativamente aos colegas de outros países".