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Tutti Frutti: divulgação de escutas "alvo de processo por violação de segredo de justiça"

A Procuradora-Geral da República diz que a divulgação de escutas no caso Tutti Frutti está a ser investigada por violação do segredo de justiça. Lucília Gago reconhece ainda que a falta de recursos está a gerar atrasos neste processo.

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A procuradora-geral da República, Lucília Gago, justificou esta os atrasos no caso 'Tutti Frutti' com a "falta de recursos", dizendo que a divulgação das escutas está a ser investigada por violação do segredo da justiça.

"Não é um caso único, uma situação muito específica, que passa por falta de recursos, e, portanto, é nesse domínio que nos situamos aqui e há uma particular atenção e resposta que tem que ser dada para ultrapassar os constrangimentos que são detetados", disse aos jornalistas à margem do X Encontro de Família e Crianças da Procuradoria-Geral Regional do Porto, que decorre na Universidade do Minho em Braga.

Sobre se é admissível que passem escutas e mensagens para a imprensa, Lucília Gago esclareceu que é um assunto que "está a ser alvo de um processo por violação de segredo de justiça", referindo que "deverão ser identificados responsáveis".

Notícias divulgadas este mês pela TVI/CNN denunciam uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para as eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas.

Questionada sobre se a revelação das escutas poderá pôr em causa a investigação, a procuradora-geral da República não se quis pronunciar.

"Não digo que o problema seja sobretudo a falta de recursos, digo que este caso tem também essa componente e aquilo que importa é justamente identificar em concreto o modo de ultrapassar os constrangimentos e fazê-lo com a maior brevidade possível para que seja ultimada a investigação em todas as múltiplas dimensões", realçou, acrescentado que "não há apenas uma linha de investigação".