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Atrasos nas cirurgias: um terço dos doentes é operado "fora do tempo adequado"

Com a falta de profissionais no Serviço Nacional de Saúde e o fim dos incentivos aos médicos para realizarem mais cirurgias, há receio de que o tempo de espera aumente ainda mais.

Os incentivos aos médicos para realizarem cirurgias e assim diminuírem as listas de espera permitiu, até maio, a realização de 250 mil cirurgias em unidades do SNS, mais 20 mil do que no mesmo período do ano passado. No entanto, ainda há 33% dos doentes que precisam de uma cirurgia e que são operados fora de tempo.

Segundo o Diário de Notícias, que cita dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), os incentivos permitiram que, em 2022, se alcançasse "o maior número de sempre de intervenções no SNS", 758 mil, e que, nos primeiros quatro meses de 2023, se tivesse batido também um recorde: 246 541, comparativamente com o mesmo período dos últimos quatro anos.

No entanto, o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) confirmou ao DN que a percentagem de doentes operados fora do tempo adequado (180 dias) ronda os 30% e os doentes que aguardam uma primeira consulta ronda os 20%.

Em 2020, o Governo aprovou a portaria com incentivos aos profissionais de saúde com vista à recuperação das listas de espera, portaria essa que foi revista em janeiro de 2023 e que pode terminar a 30 de junho,