Os alunos da Universidade de Coimbra reagiram esta quinta-feira com alguma surpresa e preocupação à divulgação de um estudo que revela que a diferença salarial entre licenciados e trabalhadores com o ensino secundário caiu para metade.
Em plena época de exames, alguns estudantes ouvidos pela SIC assumiram estar desapontados com este cenário.
“Quando vi a notícia, logo de manhã, até achei que tinha lido mal. Não estava a perceber como é que a diferença passa a ser tão pouca. Causa um pouco de transtorno porque estamos aqui com os nossos pais a gastarem dinheiro nas propinas e outras despesas e é bastante frustrante para uma pessoa que está a estudar e depois acaba por não ser assim tão grande a diferença de uma pessoa que não gastou tanto dinheiro na educação”, afirma Constança Cravo, aluna da Universidade de Coimbra.
A Associação Académica da Universidade de Coimbra conclui recentemente um estudo, com 1300 inquéritos a estudantes, que revela que a família de um aluno deslocado gasta em média 518 euros por mês em alojamento, alimentação, material escolar e deslocações.
Um investimento que os jovens temem agora não ter o devido retorno.
“Quem tem o 12.º ano de escolaridade, ou tem menos, está no seu direito e tem de ganhar bem. Não é por aí. O problema é que nós [licenciados] estamos a ser subvalorizados”, critica Afonso Mendes, aluno da instituição, salientando que a sensação é de como se fossem “roubados de expectativas que foram alimentadas a vida toda, quando diziam que era preciso um diploma para ter uma vida boa e ganhar bem”.
Os baixos salários são apontados como causa de parte da emigração jovem. Muitos alunos do superior tem a ideia generalizada de que em Portugal não se ganha bem ou pelo menos o suficiente.