O presidente do PSD considerou esta quinta-feira que "é imoral" o Governo não baixar impostos e defendeu que os sociais-democratas estão "no bom caminho", assegurando que não vai andar "ao sabor da sondagem do dia" nem desviar-se da sua estratégia.
Na sua intervenção inicial no Conselho Nacional, aberta aos jornalistas, Luís Montenegro voltou a acusar o Governo de "todos os anos cobrar mais impostos do que aquilo que fez no ano passado", atribuindo esta "medalha" ao primeiro-ministro, António Costa.
"Não falta dinheiro ao Governo, falta dinheiro aos portugueses, às famílias e às empresas. Chegámos a um ponto onde não pode haver mais contemplações, é uma imoralidade não baixar impostos em Portugal", afirmou, desafiando o primeiro-ministro a "não perder mais tempo" e descer quer o IRS, quer o IRC, apesar de já ter chumbado propostas do PSD nesse sentido no passado.
Quase um ano de liderança do partido
Na sua intervenção de quase 40 minutos, Montenegro dedicou também algum tempo a um balanço de quase um ano de liderança do partido.
"Nós estamos no bom caminho, não tenham dúvidas disso, ninguém ganha e perde eleições se andar ao sabor da notícia do dia e até da sondagem do dia", afirmou, dizendo não ter nenhum problema com a sondagem do Expresso hoje divulgada, segundo a qual o PSD não capitalizou com as recentes polémicas no Governo.
E aos que consideram que seria natural o PSD "disparar nas sondagens", o líder do PSD contrapôs que "natural será ganhar as próximas eleições legislativas e com maioria absoluta".
"Se há 11 meses e meio vos dissesse, no último congresso, que estaríamos hoje nos 30%, empatados com o PS quando tínhamos perdido eleições por 14 pontos (...) diriam que estava a ser muito otimista, que era muito difícil e que as circunstâncias políticas não mudam tão rápido", considerou.
Montenegro salientou que, apesar de não haver eleições para já previstas, o PSD tem "uma oportunidade enorme quando 50% dos eleitores se declaram predispostos a votar à direita do PS" e, desses, 60% já diz pretender votar no PSD.
"O PSD pode e deve analisar a sua situação política, delinear as suas estratégias, mas não nos vamos desviar da nossa: vamos reconciliar-nos com o povo português, ganhar as próximas legislativas, não para deixar tudo na mesma, mas para mudar o país", afirmou.
E ao PS, que acusa de arrogância e até de "pedantismo intelectual", deixa um recado.
"A minha escola é a escola de Cavaco Silva, de Durão Barroso, de Passos Coelho, não é a de Mário Soares, muito menos de Guterres, e muito menos ainda de José Sócrates", assegurou.