A contagem decrescente para as eleições europeias já começou. A máquina partidária das famílias políticas está a aquecer e, nas conversas de corredor, em Portugal e Bruxelas, começam a surgir nomes e apostas para os cargos de topo. O do primeiro-ministro português é falado mas não é o único.
Há outros possíveis candidatos como a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, o do espanhol Pedro Sánchez, ou mesmo dos ex-chefes de Governo, como o sueco Stefan Löfven ou o italiano Mario Draghi.
Nada está negociado ou garantido e à SIC fontes diplomáticas e europeias dão conta de que não há nada sólido e que para já vale a promessa de António Costa de levar a legislatura até ao fim.
A verdade é que, Costa nunca fechou a porta a essa possibilidade. Mas, se acontecer mudar de ideias, terá de pôr no prato da balança o aviso do Presidente Marcelo e a queda do Governo.
Por ser um dos veteranos à mesa do Conselho Europeu, o português tem o respeito dos colegas. Além disso, não é visto como polémico mas como disponível para o consenso. Porém, para chegar a um cargo de topo é preciso mais do que quer, seja agora ou no futuro.
A eleição dos cargos de topo é um autêntico puzzle. A escolha final depende de muitas variáveis, a começar pelo o resultado das eleições europeias, do peso e vontade de cada família política e dos interesses de cada país.
Na negociação, que envolve ainda a presidência da Comissão Europeia e o alto representante para a Política Externa, há que pesar o equilíbrio de género, o geográfico e também o fator surpresa: muitas vezes os primeiros nomes a surgir são os primeiros a “cair”.
Presidente do Conselho Europeu ou alto representante da UE?
Há quem aponte o nome de António Costa para o cargo de alto representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia, cargo atualmente ocupado por Josep Borrell. Outros há que o sugerem para o lugar de Charles Michel, o belga presidente do Conselho Europeu.
Segundo o jornal Público, António Costa é percecionado como uma “estrela dos socialistas”, por ter “salvo a esquerda europeia” numa altura em que os partidos de extrema-direita estavam a entrar em força nos restantes Estados Membros.
O pacto feito (Geringonça) com os restantes partidos de esquerda no Parlamento português fez com que o primeiro-ministro fosse visto com “bons olhos” para um cargo simpático na União Europeia.
No entanto, aquando da primeira oportunidade, o mandato ainda não era longo e, caso uma candidatura a Belém esteja no horizonte no futuro, essa “fuga” poderia não ser esquecida - tal como aconteceu com Durão Barroso que deixou o cargo de primeiro-ministro para exercer as funções de presidente da Comissão Europeia.
Agora, António Costa, como relembra o jornal Público, já leva nove anos à frente do Governo e, mesmo que já tenha insistido que o mandato será até ao fim, Bruxelas poderá convencê-lo a abraçar o (seu) sonho europeu.
[Notícia atualizada às 21:09]