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Deputados apresentam alterações ao relatório da CPI após críticas ao PS

É o último dia que os partidos o podem fazer, sendo que depois as conclusões propostas são todas votadas ao pormenor, sem esquecer que o Partido Socialista tem maioria absoluta.

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Termina esta segunda-feira o prazo para os deputados apresentarem alteração ao relatório da comissão de inquérito à TAP. Só o PS defende o documento feito por uma deputada socialista e que iliba o Governo de qualquer responsabilidade. Mas a proposta de relatório incendiou os ânimos, sobretudo entre a oposição de direita que fala em tentativa de enganar o país.

Todos os partidos, à exceção do PS, têm criticado o documento que isenta o Governo de responsabilidades na indemnização a Alexandra Reis e aponta o dedo à privatização feita por Passos Coelho em 2015.

Enquanto a comissão de inquérito à TAP durou, deu quase sempre polémica e agora que acabou também.

O relatório com as conclusões foi divulgado na semana passada, sem mencionar os confrontos no ministério das Infraestruturas, a 26 de abril, nem as contradições entre Galamba e o ex-adjunto.

Do documento elaborado pela deputada socialista, Ana Paula Bernardo, saem duas conclusões:

O Governo não teve responsabilidade na indemnização paga a Alexandra Reis e a privatização feita pelo Governo de Passos Coelho em 2015 não devia ter sido concluída naquela data.

As críticas e as alterações

Conclusões e sobretudo omissões que têm gerado duras críticas.

"Ultrapassaram-se todas as marcas da decência e da falta de isenção. Este relatório apresentado pela deputada Ana Paula Bernardo é o máximo do sectarismo, é o máximo da falta de isenção", comentou Luís Marques Mendes.

Também os partidos têm criticado o documento. Todos, menos o PS.

O Chega, o PSD e o Bloco de Esquerda já anunciaram que iam propor alterações ao relatório.

O PSD, duro crítico do relatório, esclareceu que ia apresentar as próprias conclusões por escrito. Já o Chega, predispôs-se a propor alterações estruturais e profundas ao relatório.

O BE vai ainda mais longe. Vai propor mudanças e, caso estas não sejam aceites,irá fazer uma declaração de voto com a sua posição e dar conhecimento desta ao Ministério Público”.

No que diz respeito à Iniciativa Liberal, apesar do partido ter vincado a sua posição contra as “omissões” do relatório por parte dos socialistas, não vai apresentar alterações, pois não “participa em farsas”.

Já o PCP é incerto. Os comunistas mostraram o seu desagrado perante algumas conclusões sobre a privatização da TAP - foco principal do partido desde o início da comissão de inquérito - mas não especificam ou revelam se vão redigir ou propor alterações ao relatório.

Os partidos têm até esta segunda-feira para apresentar propostas de alteração ao documento. Depois, o relatório com 181 páginas será votado conclusão a conclusão.