André Ventura disse que Rui Rio não deve desvalorizar as autoridades em relação às buscas de que o ex-presidente do PSD foi alvo. O presidente do Chega abordou ainda o caso que envolve Marco Capitão Ferreira e apelou ao ex-secretário de Estado da Defesa para que preste esclarecimentos no Parlamento.
O presidente do partido Chega começou por dizer aos jornalistas, esta quinta-feira, que o financiamento dos partidos e a “transparência no uso do dinheiro público” são matérias que deveriam preocupar todos os líderes políticos, desse modo, André Ventura vincou que no lugar de Rui Rio “não desvalorizaria” a situação.
O líder político reconheceu que profere estas palavras na qualidade de presidente de um partido que “também já teve as suas questões e os seus problemas”, mas que sempre enfrentou todas as situações.
Por isso, Ventura reconheceu que “desvalorizar ou ridicularizar as autoridades judiciais geralmente não é uma boa solução” e acusou Rui Rio de ter exatamente essa atitude.
O líder do Chega disse ainda que entende que “desvalorizar e brincar” com as situações seja o “estilo” do ex-presidente dos sociais-democratas, mas reforçou que “este não é um caso que seja de brincar”.
A Polícia Judiciária realizou buscas, esta quarta-feira, na casa do ex-presidente do PSD Rui Rio, no Porto, e na sede nacional do partido, em Lisboa, por suspeitas de peculato e abuso de poder.
Em causa estão suspeitas de um alegado uso indevido de dinheiros públicos na anterior gestão do partido, através de verbas da Assembleia da República definidas para a assessoria dos grupos parlamentares e que seriam utilizadas para pagar funcionários do partido que não trabalhariam no parlamento.
O apelo de Ventura a Marco Capitão Ferreira
O presidente do Chega apelou ainda ao ex-secretário de estado da defesa, Marco Capitão Ferreira, para que preste esclarecimentos no Parlamento. Ventura informou que está a comunicar com outros partidos de forma a que o Chega não esteja “sozinho na rechamada de Marco Capitão Ferreira”.
“Quando alguém deixa de ser governante não é obrigado a ir a uma comissão, apenas a uma comissão de inquérito, mas nós entendemos que se justifica. Não o podemos obrigar, mas que sejam prestados esclarecimentos voluntários”, clarificou.
O líder partidário reiterou que o ex-secretário de Estado, “em nome da sua dignidade”, se deve deslocar ao Parlamento para prestar “esclarecimentos” de forma a que toda esta situação “não caia em saco roto”.
O ex-secretário de Estado da Defesa foi constituído arguido no âmbito do processo "Tempestade Perfeita", que levou a Polícia Judiciária a fazer buscas na sua residência e no Ministério da Defesa.
Capitão Ferreira deveria ter estado presente na audição da comissão parlamentar de Defesa, na quarta-feira, mas o mesmo comunicou preciamente que não o faria, tendo invocado a sua atual condição de arguido no âmbito do processo acima referido.