A exposição do jornal Expresso "50 Capas, 50 anos" foi vandalizada, na cidade de Évora, onde irá permanecer até dia 25 de julho. Figuras como a cruz suástica, a Estrela de Davi ou o "Z" - símbolo utilizado pelo exército russo - foram grafitadas em todas as 50 capas da exposição.
O ato de vandalismo foi cometido durante a madrugada desta segunda-feira, altura em que o jardim público que recebe a exposição está encerrado.
A câmara de Évora já manifestou o seu "veemente repúdio" pela destruição da exposição, considerando que a mostra "foi alvo de um ataque inqualificável".
Estes atos prejudicam "não só o património do jornal Expresso, mas também a imagem e a identidade cultural e social de Évora", pode ler-se no comunicado assinado pelo presidente da autarquia, Carlos Pinto de Sá.
Foram vandalizados "praticamente todos os expositores" da mostra com a inscrição, com tinta de latas de 'spray', de "símbolos nazis e outros e também riscos, de forma a inutilizar a exposição", adiantou.
Segundo o presidente da Câmara de Évora, o município informou as autoridades policiais dos atos e apresentou queixa, pois, apesar de a exposição não ser da autarquia, foi feito um protocolo entre as partes para a sua realização na cidade alentejana.
"Porque houve uma invasão do jardim público e a vandalização daquela exposição, naturalmente, cabe-nos também apresentar queixa às autoridades competentes, que já estiveram presentes no local", referiu.
“Começa a haver um padrão” nos atos de vandalismo
Carlos Pinto de Sá assinalou que, ultimamente, têm-se verificado atos idênticos em Évora, dando como exemplo a destruição de uma exposição da comunidade LGBT+ e de bandeiras e placares de partidos políticos e danos em equipamentos municipais.
"Há uma marca que parece querer afetar a imagem da câmara, por um lado, e o trabalho que estamos a desenvolver, mas também o que são mensagens do trabalho normal de democracia e isto são, a nosso ver, procedimentos antidemocráticos", vincou o autarca, sublinhado não lhe parecer “que sejam questões apenas pontuais, mas começa a haver um padrão” que causa preocupação.
Também no comunicado, a autarquia notou que existem "atos de cariz político, intolerância, ódio, vandalismo, mas, também, de tentativas de boicote ao trabalho e à imagem da câmara municipal e de parcerias em que o município participa".
"Apelamos a todos os cidadãos para que, juntos, condenemos estes atos inqualificáveis e antidemocráticos e trabalhemos para a salvaguarda do nosso património, para a defesa da democracia e salvaguarda da sã convivência na nossa comunidade", realçou.