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Picoas: arrestados mais de 50 milhões de contas bancárias de Hernâni Vaz Antunes

Os carros e o dinheiro podem vir a servir para pagar o prejuízo de 100 milhões que o alegado esquema terá provocado ao Estado. Armando Pereira e Hernâni Vaz Antunes, principais arguidos, são os últimos a serem ouvidos na Operação Picoas.

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A Justiça já conseguiu arrestar mais de 50 milhões de euros que estavam em contas bancárias de Hernâni Vaz Antunes, um dos principais arguidos da operação Picoas. A Altice Portugal chamou, entretanto, os representantes dos trabalhadores para garantir que nada vai mudar na empresa. Os interrogatórios continuam esta terça-feira à tarde.

Só na garagem de mil metros quadrados que Armando Pereira tem na mansão de Vieira do Minho estariam 14 carros de luxo. Houve mais 18 que também foram apreendidos e que pertenciam ao amigo Hernâni Vaz Antunes. No total, valem perto de 20 milhões de euros.

A SIC sabe que a Autoridade Tributária e o Ministério Público conseguiram arrestar bem mais que isso. Nas contas bancárias de Hernâni em Portugal foram encontrados mais de 50 milhões de euros que estarão agora nas mãos da justiça.

Os carros e o dinheiro podem vir a servir para pagar o prejuízo de 100 milhões que o alegado esquema terá provocado ao Estado. O helicóptero com que o fundador da Altice se deslocava terá sido dos poucos bens a não ser arrestado.

Armando Pereira e Hernâni Vaz Antunes são os dois principais arguidos do processo que investiga um alegado desvio de 250 milhões de euros da Altice Portugal. Vão ser os últimos a ser ouvidos por Carlos Alexandre.

Jéssica Antunes, filha de Hernâni, foi ouvida durante sete horas. O Ministério Público acredita que era testa de ferro do pai na criação de empresas.

Álvaro Loureiro é o segundo a prestar declarações. O economista é administrador de algumas das sociedades que faziam negócios milionários com a Altice.

Pela primeira vez, a CEO da Altice Portugal convocou os representantes dos trabalhadores para uma reunião.

Terá dado a garantia de que o processo em nada vai interferir com a dinâmica da empresa e que foi pedida uma auditoria externa.

Até agora, a Operação Picoas só levou à saída de um nome de peso do grupo Altice, o ex-presidente executivo Alexandre Fonseca que era agora representante da empresa nos Estados Unidos. Diz ser "completamente alheio ao que tem vindo a ser publicamente veiculado" e que vai exigir "a clarificação de todos os factos".