Durante a tarde desta quinta-feira, começou a ser ouvido Hernâni Vaz Antunes, que terá garantido contratos de faturação de 660 milhões de euros com a Altice, através de várias empresas. O interrogatório vai continuar esta sexta-feira.
Foi o último de quatro arguidos a ser detido, é, por isso, o último a ser ouvido. Como no fim-de-semana não vai haver diligências no tribunal, é provável que as medidas de coação só sejam divulgadas no início da próxima semana.
Quanto a Armando Pereira, ao todo, foram oito horas a dar explicações ao juiz. Mas, apesar disso, vai continuar detido porque as medidas de coação só vão ser conhecidas depois de interrogados todos os arguidos.
O co-fundador da Altice foi confrontado com decisões que terá tomado para beneficiar empresas do amigo e empresário de Braga, Hernâni Vaz Antunes. Foi questionado sobre os alegados benefícios dessa ligação de amizade e sobre contratos de direitos de transmissão de jogos de futebol.
As suspeitas envolvem crimes de corrupção ativa e passiva, branqueamento de capitais e falsificação de documentos.
O Observador adianta que o genro de Armando Pereira, que é diretor de compras da Altice USA foi afastado do cargo temporariamente e está de licença.
Alexandre Fonseca, atual representante internacional da Altice, suspendeu todas as funções que exercia na empresa.
A Altice Portugal está a levar a cabo uma investigação interna e suspendeu os pagamentos a empresas que são citadas nas diligências do processo Picoas.
Os trabalhadores do grupo Altice em Portugal fazem saber que, a confirmarem-se as suspeitas, sentem-se usados para fins fraudulentos.